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Governo gastou pelo menos R$ 6,1 milhões em propaganda para tratamento precoce de COVID-19

© Folhapress / Dirceu Portugal /FotoarenaOrganização Mundial da Saúde (OMS) excluiu a cloroquina da lista de opções em análise para o tratamento da COVID-19
Organização Mundial da Saúde (OMS) excluiu a cloroquina da lista de opções em análise para o tratamento da COVID-19 - Sputnik Brasil, 1920, 11.02.2021
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O governo gastou pelo menos R$ 6,1 milhões em campanha para estimular o uso de remédios sem comprovação científica no tratamento precoce da COVID-19, segundo o portal Congresso em Foco. 

De acordo com reportagem publicada no site, o próprio governo admitiu que as despesas com a propaganda podem chegar a R$ 13 milhões. 

A campanha, coordenada pelo Ministério das Comunicações e que orientava a população a usar conjunto de remédios sem eficácia comprovada contra a COVID-19, foi veiculada entre 16 de novembro e 30 de dezembro do ano passado, em rádio, programas de TV e outdoors. 

O montante foi pago à agência Calia/Y2, responsável por produzir as peças e negociar a transmissão da campanha em rádios e TVs brasileiras. Além disso, foram utilizados locais ao ar livre para veiculação do material, como pontos de ônibus e outdoors. 

Maior repasse para TV Record

O maior repasse feito pela agência, de acordo com a reportagem, foi destinado à TV Record. O valor destinado à emissora foi de R$ 1,31 milhão.

O presidente Jair Bolsonaro é um defensor do uso da cloroquina e outros remédios, como a ivermectina, no tratamento precoce para a COVID-19. Após as saídas de Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich do Ministério da Saúde, o governo publicou um protocolo indicando a utilização da cloroquina como tratamento precoce contra o coronavírus. 

Além disso, o TrateCOV, aplicativo do governo com orientações para profissionais de saúde lidarem com pacientes com COVID-19, recomendava o uso da cloroquina e outros medicamentos. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) não recomendam o tratamento precoce para a COVID-19. O Conselho Federal de Medicina (CFM), por sua vez, autorizou o uso da cloroquina, mas ressaltou que não há estudos que comprovem sua eficácia. 

'Agenda positiva regional'

De acordo com o governo, os pagamentos são relativos à "agenda positiva regional", com objetivo de "difundir ideias, princípios, iniciativas ou instituições ou de informar o público em geral". Em resposta ao Congresso em Foco, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) disse que os valores já recebidos pela campanha de tratamento precoce ainda não contemplam 50% do orçamento geral da iniciativa, que chegará a R$ 13 milhões.

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