O estudo foi feito pelo Mapbiomas, um projeto que envolve ONGs, universidades e empresas de tecnologia, e leva em conta os números do desmatamento entre os anos de 1985 a 2019.
Em entrevista à Sputnik Brasil, o engenheiro florestal Paulo Barreto, pesquisador do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), disse que a agropecuária causa diversos danos ambientais e para a população brasileira.
"A agropecuária causa vários tipos de danos ambientais, incluindo o desmatamento, a degradação do solo, a poluição das águas e o assoreamento dos rios que reduz o número de espécies de peixes, por exemplo. As queimadas além de matarem espécies da floresta geram poluição que adoecem e matam pessoas no entorno das áreas queimadas e em áreas distantes pela fumaça transportada pelo ar", afirmou.
Segundo os dados do estudo, a área de vegetação perdida no período é equivalente a 573 cidades de São Paulo ou 87,2 milhões de hectares.
Paulo Barreto entende que por mais que seja natural a agropecuária ser a principal causadora do desmatamento, a questão da preservação ambiental poderia ser olhada com mais cuidado pelos produtores.
"É de esperar que a agropecuária seja a principal causadora do desmatamento, pois ocupa grandes áreas em comparação com as fábricas, mineração, cidades e a infraestrutura, porém a agropecuária brasileira não precisaria ter desmatado tanto. Por exemplo, 55% dos pastos no Brasil são degradados, isso indica um enorme desperdício. Seria possível produzir mais em áreas menores", defendeu.
Segundo o engenheiro florestal, medidas mais sustentáveis já estão sendo aplicadas por alguns fazendeiros, mas o número ainda é baixo.
"A agropecuária pode ser mais sustentável, incluindo a melhoria do uso das áreas já desmatadas, reflorestamento das margens de rios, terrenos muito inclinados e prevenir áreas queimadas. Alguns produtores estão adotando essas melhores práticas, mas é preciso ampliá-las", completou.
O levantamento mostrou também que o Brasil perdeu área de vegetação nativa equivalente a 10,25% do território nacional entre 1985 e 2019.
As opiniões expressas nesta matéria podem não necessariamente coincidir com as da redação da Sputnik
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