O levantamento dividiu a cidade em cinco partes, de regiões sem favelas até áreas com altíssima concentração de favelas.
"Com os dados, nós observamos uma periferização da doença ao longo do tempo. A doença inicia tendo seus primeiros casos em bairros com maiores e melhores de condições socioeconômicas, como Copacabana e Gávea, e ao longo do tempo vai se disseminando para outros, na zona norte e oeste", afirmou a autora da pesquisa e professora da Fiocruz Bianca Leandro em entrevista à Rádio Poli.
Ainda de acordo com a pesquisa, fatores como baixa infraestrutura hospitalar, redes de saneamento básico e água precárias e uma densidade populacional que dificulta adotar medidas de distanciamento social são fatores que aumentam a letalidade da enfermidade em algumas regiões do Rio. O levantamento mostra que, na pandemia de coronavírus, homens são mais atingidos que mulheres e negros são mais impactados que brancos.
Nas regiões com altíssima concentração de favelas, a taxa de letalidade da COVID-19 é de 19,5%, enquanto este número em bairros sem favelas é de 9,2% e a taxa de letalidade do município como um todo é de 11,7%.
"A dinâmica social no cotidiano da favela, sair de madrugada para trabalhar, usar transportes públicos muitas vezes lotados, ou se virar nos trinta para poder se manter são processos que determinam e explicam os diferentes padrões de adoecimento nessas populações", diz Leandro.
Pesquisa similar em São Paulo indicou que a letalidade do coronavírus é 60% maior em bairros pobres da cidade na comparação com os bairros ricos.
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