Segundo a carta conjunta, é preciso que tal movimento de retomada econômica do Brasil seja feito com critérios que levem em consideração a preservação do meio ambiente, um dos aspectos críticos ante investidores internacionais.
"Defendemos que os critérios de redução de emissões e estoque de gases de efeito estufa na atmosfera e de resiliência aos impactos das mudanças climáticas sejam integrados ao gerenciamento da política econômica", diz a carta conjunta, que é uma crítica direta à administração do presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes.
O documento lembra que o Brasil começa com "vantagens óbvias" devido à sua matriz energética, com radiação solar abundante, agricultura vigorosa, recursos hídricos e florestas extensas e biodiversas, pelas quais "se interessa" por estar entre o que os líderes mundiais defendem nessa transição rumo a uma economia mundial neutra em carbono.
A carta alerta contra um dos pontos mais criticados da gestão do governo Bolsonaro, alertando que o desmatamento na Amazônia tem um impacto negativo na agricultura, porque acabará alterando o regime de chuvas.
Além disso, ela lembra que importantes investidores estrangeiros já "expressam veementemente seu descontentamento e preocupação" com o aumento das taxas de desmatamento, o que se traduzirá claramente em menos fluxos de comércio e investimento no país".

A carta é assinada, entre outros, pelo ex-presidente e ex-ministro Fernando Henrique Cardoso, e pelos ex-ministros da Economia Armínio Fraga, Nelson Barbosa, Henrique Meirelles, Joaquim Levy, Pedro Malan, Eduardo Guardia, Gustavo Krause e Luiz Carlos Bresser-Pereira, Maílson da Nóbrega, Marcílio Marques Moreira, Rubens Ricupero e Zélia Cardoso de Mello.
Os ex-presidentes do Banco Central Ilan Goldfajn, Pérsio Arida, Alexandre Tombini e Gustavo Loyola também foram acrescentados ao texto.
Todos lideraram a política econômica e monetária do Brasil desde a redemocratização dos anos 1980 até o governo do ex-presidente Michel Temer.
A carta é semelhante a outras que, nos últimos meses, foram assinadas por ex-ministros da Saúde, Educação ou Meio Ambiente de vários sinais políticos diferentes para expressar sua rejeição às políticas do governo Bolsonaro, independentemente de suas diferenças.
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