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Oficial: Mandetta é demitido do Ministério da Saúde por Bolsonaro; Teich é o substituto

© Folhapress / Folhapress / FramePhoto / Claudio Reis O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, se reúne com equipe para divulgar acoes apos confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, se reúne com equipe para divulgar acoes apos confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil. - Sputnik Brasil
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Após uma novela que já se arrastava há semanas, o presidente Jair Bolsonaro demitiu na tarde desta quinta-feira (16) o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A decisão foi oficializada após uma reunião entre os dois no Palácio do Planalto, em Brasília.

Mais cedo, Mandetta já havia indicado que a sua saída deveria ser confirmada entre quinta ou sexta-feira. Depois de uma reunião na sede do governo, o oncologista Nelson Teich foi confirmado como o novo ministro da Saúde.

Em manifestações postadas em seu Twitter, Mandetta confirmou a sua saída e agradeceu a toda a sua equipe, desejando sorte ao seu sucessor.

Desde o último domingo (12), Mandetta já vinha dando declarações cada vez mais claras sobre as suas discordâncias com Bolsonaro, que por sua vez já falou anteriormente que havia gente no seu governo que estaria "se achando", no que foi interpretado como um recado ao ministro da Saúde.

Enquanto o agora ex-ministro da Saúde defende abertamente o isolamento social como prioridade na luta contra o novo coronavírus no Brasil – seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) –, o presidente acredita que é preciso considerar o aspecto econômico, flexibilizando o distanciamento em alguns setores.

Outro tema que dividiu Mandetta e Bolsonaro foi o uso da hidroxicloroquina e da cloroquina no tratamento de vítimas do novo coronavírus. Enquanto o presidente mostrou entusiasmo com o medicamento, o ex-ministro pedia cautela, pois ainda não existem estudos conclusivos sobre a sua eficácia contra a doença – sabe-se que pode causar arritmia cardíaca.

© Folhapress / Frederico Brasil / Futura PressPresidente Jair Bolsonaro fala à imprensa ao lado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em Brasília
Oficial: Mandetta é demitido do Ministério da Saúde por Bolsonaro; Teich é o substituto - Sputnik Brasil
Presidente Jair Bolsonaro fala à imprensa ao lado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em Brasília

A tensão aumentou nos últimos dias, sobretudo após a entrevista de Mandetta ao programa Fantástico, da Rede Globo – esta amplamente criticada por Bolsonaro. Nela, ele pediu unidade no discurso a respeito da COVID-19 e teceu comentários considerados provocativos por setores que o apoiavam no governo.

A mudança no comando do Ministério da Saúde acontece no dia em que o país ultrapassou a marca de 30 mil infectados pela doença, e com 1.924 mortes.

Quem é o novo ministro

Favorito para assumir o Ministério da Saúde após conversar com Bolsonaro, o oncologista Nelson Teich chegou em Brasília nesta manhã e defendeu recentemente, em alguns artigos, o isolamento social como a melhor medida para combater a COVID-19 – assim como Mandetta.

Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, Teich foi consultor da área de saúde na campanha de Bolsonaro, em 2018, e é fundador do Instituto COI, que realiza pesquisas sobre câncer. Além disso, ele foi consultor do secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar Vianna, entre setembro do ano passado e março deste ano.

"Esse tipo de problema é desastroso porque trata estratégias complementares e sinérgicas como se fossem antagônicas. A situação foi conduzida de uma forma inadequada, como se tivéssemos que fazer escolhas entre pessoas e dinheiro, entre pacientes e empresas, entre o bem e o mal", escreveu Teich em sua página no LinkedIn sobre a COVID-19.

No encontro com Bolsonaro, conforme noticiado pelo jornal O Globo, Teich fez críticas à gestão de Mandetta, destacando que "a saúde não vive sem a economia e que a economia não vive sem a saúde" e emendou que é um "equívoco as duas áreas não trabalharem juntas". Ele ainda quer mapear todo o país, sobretudo as periferias, para identificar a população de risco.

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