O chefe de Estado leu, ao final de sua live, partes do Artigo 4 da Carta, que diz: "A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios". Bolsonaro escolheu os Incisos VI e VIII para citar. O primeiro fala em "defesa da paz". O segundo, em "repúdio ao terrorismo e ao racismo". Ao ler o Inciso VIII, no entanto, o presidente omitiu o final da frase.
Bolsonaro fez transmissão ao vivo no Facebook na qual ele assiste o discurso, também ao vivo, do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a situação no Oriente Médio.
Sentado em um sofá, Bolsonaro apareceu vendo a transmissão da emissora GloboNews do pronunciamento de Trump para comentar o ataque do Irã contra a base norte-americana de Ain Al-Asad, localizada no Iraque.

Na maior parte da live o presidente apenas assiste à televisão. Em determinado momento, ele coloca os óculos (que depois tiraria) e alguém entrega a ele um exemplar da Constituição, que Bolsonaro folheia. Em seguida, pede "uma caneta colorida amarela" e depois faz marcações no livro, gesto que repete minutos depois.
Quando Trump menciona o "tolo acordo nuclear assinado em 2015", na tradução simultânea feita pela emissora, o presidente olha para frente e dá um sorriso irônico.
Pouco após a metade do vídeo, uma pessoa de terno e gravata surge na tela e Bolsonaro fala algo em seu ouvido. O funcionário ainda aparece mais duas vezes recebendo orientações do presidente.
Presidente só fala ao final da transmissão
Bolsonaro só começa a discursar aos 8m40s da transmissão, quando se vira para a câmera, após o mesmo funcionário ir até o lado da televisão e diminuir o volume do aparelho.
"Muitos acham que o Brasil não deve se omitir aos acontecimentos. Queria dizer apenas uma coisa: o senhor Luis Inácio Lula da Silva, enquanto presidente da República, ele esteve no Irã, e lá defendeu que aquele regime pudesse enriquecer urânio acima de 20%, que seria para fins pacíficos", disse ele.
Bolsonaro estica então o braço para pegar os óculos novamente, segurando-os nas mãos.
"Nós temos que seguir as nossas leis, nós não podemos extrapolar, mas acredito que a verdade tem que fazer parte de nosso dia a dia, porque nós queremos paz no mundo. Repito. O senhor Lula, enquanto presidente, esteve no Irã e lá defendeu naquela época, junto ao senhor Ahmadinejad [Bolsonaro pronunciou de forma errada o nome do ex-presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad], que aquele país enriquecesse urânio acima de 20%, que era para fins pacíficos", afirmou.
Nesse instante, ele finalmente coloca os óculos no rosto, pega a Constituição e cita o Artigo 4 da Carta. "A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: a defesa da paz e o repúdio ao terrorismo", leu Bolsonaro.
Ao final, ele aproxima o livro da dela, sendo possível ver as marcações feitas por ele e o trecho cortado do Inciso VIII, que fala em "repúdio ao terrorismo e ao racismo".
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