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Brasil aos olhos da Coreia do Sul: 'Economias são perfeitamente complementares', diz embaixador

© Sputnik / Ramil Sitdikov / Acessar o banco de imagensA bandeira da República da Coreia em Seul (Coreia do Sul)
A bandeira da República da Coreia em Seul (Coreia do Sul) - Sputnik Brasil
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O embaixador José Alfredo Graça Lima, em entrevista à Sputnik Brasil, afirmou que vê com otimismo uma aproximação entre Brasil e Coreia do Sul como parceiros estratégicos.

O ex-embaixador da Coreia do Sul, Jeong Gwan Lee, citado pela Agência Brasil, defendeu a tese de que o Brasil pode se transformar em um aliado de peso da Coreia do Sul, diminuindo a dependência do país asiático em relação ao Japão, aos Estados Unidos e à China. Gwen Lee é autor do livro "Brasil aos Olhos da Coreia", que analisa as condições para o Brasil se transformar em uma nação de primeira grandeza no mundo.

Ao comentar a posição de Gwan Lee, o coordenador do Núcleo de Comércio Internacional do Centro Brasileiro de Relações Internacional (Cebri), o embaixador José Alfredo Graça Lima, que foi colega do diplomata coreano em Brasília em 2015 e 2016 enquanto atuava como sub-secretário para a Ásia e Pacífico, disse à Sputnik Brasil que os contatos com o embaixador asiático já demonstravam uma "disposição muito favorável" para uma maior aproximação.

"As economias são perfeitamente complementares. A industrialização da Coreia é muito bem sucedida, os coreanos são dependentes de comércio; há o interesse deles em diversificar suas fontes de suprimento. E para o Brasil é um pouco a mesma coisa, no sentido de que o Brasil é uma potência agrícola que pode se tornar um supridor confiável de alimentos e de matérias-primas, minérios, petróleo, o que a Coreia venha a precisar", argumentou o diplomata brasileiro.

De acordo com ele, o Brasil pode estabelecer uma relação de interdependência com a Coreia do Sul e outros países com os quais o país asiático comercializa.

"O que a Coreia importa hoje desses países não são bens que o Brasil oferece, de modo que o ponto principal para o Brasil e os países do Mercosul [...] é essa possibilidade de exportar os produtos que são necessários para um país que já teve base agrícola, mas que hoje é dependente de exportação de produtos industriais", afirmou.

"Quanto mais interdependência, maiores são as perspectivas de aumento da produtividade. Para o Brasil é muito mais importante do que pra Coreia dar acesso a insumos, bens intermediários que são importantes para alavancar a indústria de manufaturados", acrescentou.

O embaixador José Alfredo Graça Lima lembrou também que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro já manifestou interesse em se aproximar da Coreia do Sul antes mesmo de assumir o governo.

"Vamos lembrar também que a Coreia do Sul foi um dos três países que o presidente Bolsonaro visitou quando ainda era candidato. E ele ficou muito impressionado com a economia sul-coreana. Isso já antecipava um desejo também do Brasil que está se manifestando através do processo negociador do Mercosul de avançar nessa direção", completou o embaixador.

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