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Especialistas: Brasil pode virar 'parque de diversões' do investimento chinês

© AP Photo / Andy WongBandeiras da China e do Brasil
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Especialistas comentaram com Sputnik Brasil as perspectivas do comércio com a China, bem como sobre investimentos chineses no Brasil.

Em entrevista à DW Brasil, o ex-embaixador do Brasil em Pequim, Marcos Caramuru, revelou o grande interesse de empresas chinesas em obras de infraestrutura no Brasil. Mesmo com inimizade inicial demonstrada pelo governo Bolsonaro, a situação parece ter virado, em função de altíssimas somas envolvidas nas relações bilaterais.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil há quase uma década e, em 2018, as exportações brasileiras para a China somaram 64,2 bilhões de dólares, e as importações atingiram o valor de 28,8 bilhões de dólares.

Marcus Vinicius Freitas, professor visitante da Universidade de Relações Exteriores da China, em Pequim, concordou com avaliação do embaixador, em conversa com Sputnik Brasil.

"Quando os chineses olham para o Brasil eles veem de fato um parque de diversões, onde tudo ainda precisa ser feito", disse o especialista ao comentar a possibilidade de investimentos em infraestrutura.

Além disso, o novo governo e o enfraquecimento de grandes empresas de 'construção nacionais abrem espaço para empresas chinesas no país.

"Não há dúvida que a China tem um cardápio de opções para o Brasil", acrescentou o interlocutor da Sputnik citando as tecnologias chinesas na construção de estradas, de metrôs, de ferrovias, de viadutos e de aeroportos.

"A China, na qualidade de maior economia mundial em número de consumidores, com capital per capita que varia entre 10 mil e 15 mil dólares [...] vai provocar no mundo uma disrupção em termos de consumo", afirmou o professor ao comentar o crescente papel do país na balança comercial do Brasil e de muitos outros países do mundo.

Dever de casa

O embaixador Luiz Augusto Castro Neves, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China, também concordou, em conversa com Sputnik Brasil, com a avaliação de seu colega, mas alertou que o Brasil precisa "fazer o dever de casa".

"A economia chinesa continuará a crescer o dobro da média da economia mundial. Ou seja, continuará sendo a economia que mais cresce no mundo", afirmou o interlocutor da Sputnik Brasil.

"Então a China tem para nós um valor estratégico muito grande. E é preciso que a gente tenha um olhar de longo prazo para as nossas relações com a China para aproveitar todas as oportunidades que estão se abrindo para o Brasil", acrescentou.

Castro Neves argumentou que uma janela de oportunidades se abriu nas relações sino-brasileiras, que exige do Brasil uma maior integração na economia mundial de uma forma mais competitiva, abrindo a economia, e realizando reformas impopulares.

"Na medida que haja uma percepção por parte do empresariado chinês de que nós estamos fazendo o que devemos fazer eles serão os primeiros a chegar aqui", ponderou o diplomata.

Para ele, além do agronegócio e commodities em geral, o setor mais atraente para o capital chinês é o de infraestrutura e de grandes obras, principalmente na área de energia.

"Gás, petróleo, energias renováveis e tudo aquilo que for motivo para retomar o crescimento em bases sustentáveis e significativas da economia brasileira", concluiu.

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