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Analista: alertas de desastres naturais via TV são bem-vindos, mas insuficientes

© AP Photo / Leo CorreaHelicóptero dos Bombeiros sobrevoando área depois do rompimento de barragem em Brumadinho (MG)
Helicóptero dos Bombeiros sobrevoando área depois do rompimento de barragem em Brumadinho (MG) - Sputnik Brasil
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O governo está ampliando para todo o Brasil um sistema de alertas de desastres naturais via TVs por assinatura. Mas qual a efetividade disso em um país tão grande e com tantos locais com pouco acesso a essa tecnologia?

Usuários de TVs por assinatura do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro começaram a receber nesta semana, em seus televisores, alertas da Defesa Civil Nacional sobre riscos de desastres naturais. O projeto é fruto de uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), e tem como objetivo aumentar a segurança de civis em meio a fenômenos desse tipo. 

​Desde maio, um projeto-piloto já está em operação nos estados de Santa Catarina e Paraná, e, no início deste mês, entrou em vigor também no Rio Grande do Sul. Em outubro, será a vez do estado de São Paulo e, em novembro, das regiões norte e centro-oeste. No nordeste, o sistema deve chegar em dezembro.

Segundo a Anatel, o Brasil tem hoje 16 milhões de assinantes individuais de TV paga. O sistema será complementar ao envio de notificações via SMS para celulares já cadastrados e ao Google Alertas Públicos. 

Para o professor Elson Antonio do Nascimento, do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense (UFF), qualquer iniciativa voltada para a prevenção e minimização de riscos desse tipo deve ser comemorada. No entanto, em entrevista à Sputnik Brasil, ele questiona a opção das autoridades pelas TVs por assinatura, afirmando que, obviamente, se os avisos fossem enviados por TV aberta, teriam um alcance maior. 

"Eu não conheço ainda mais detalhes sobre essa iniciativa do ministério, mas é indiscutível que uma TV aberta teria um acesso maior", disse o especialista. "Mas, indiscutivelmente, qualquer iniciativa, em termos preventivos, dessas ações, deve ser bem recebida."

De acordo com o acadêmico, embora medidas como essa do MDR sejam bem vindas, elas só têm efeitos práticos se estiverem associadas a medidas estruturais. 

"Nesse caso, eu me refiro à questão de abrigos. As regiões seguras, os locais seguros, em que as pessoas possam, diante de um aviso de emergência, seja por que canal for, tomar uma providência, a comunidade tem que estar treinada, tem que estar orientada para onde se abrigar."

Nascimento acrescenta que, além da disponibilização de estruturas adequadas para atender a população em áreas de risco, é igualmente importante haver um preparo, um treinamento, das pessoas envolvidas.

"Somente a sirene ou somente o sistema de alerta realmente não é suficiente. Então, de fato, essas medidas se tornam inócuas se elas não estiverem integradas a outras ações. E aí eu digo: tanto as estruturais, que é a manutenção, a disponibilidade das áreas de abrigo, e, evidentemente, o preparo, a orientação, o treinamento das pessoas, das lideranças que vão, no momento de risco, mobilizar ou dar condições para que a comunidade se mobilize de forma adequada."

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