Com início previsto para a véspera da Assembleia-Geral da ONU, o evento tem como objetivo "aumentar a ambição e acelerar a implementação do Acordo de Paris".
O Brasil não irá discursar porque, afirma reportagem da Folha de S. Paulo, a ONU selecionou outros países que enviaram propostas consideradas mais ambiciosas. Também foram vetados Estados Unidos, Arábia Saudita, Japão, Austrália e Coreia do Sul.
"O Brasil não apresentou nenhum plano para aumentar o compromisso com o clima", disse à Folha de S. Paulo o enviado especial da secretaria-geral da ONU, Luis Alfonso de Alba.
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e os ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles, já questionaram o aquecimento global.
Bolsonaro pediu, em novembro de 2018, que o Brasil não sediasse a Conferência do Clima da ONU em 2019, e o evento acabou transferido para o Chile. Salles pretende se reunir nos Estados Unidos com negacionistas do aquecimento global e Araújo já escreveu, em 2018, que o "climatismo" é uma trama para "sufocar o crescimento econômico nos países capitalistas democráticos e favorecer o crescimento da China".
O advogado e especialista em direito ambiental Fernando Pinheiro Pedro acredita que a exclusão do Brasil do rol dos oradores durante Cúpula sobre Ação Climática da ONU é um "desaforo internacional" e um posicionamento "ideológico e contaminado pelo sectarismo".
"Há uma manipulação de ordem política e ideológica de uma questão que deveria ser tratada eminentemente no campo científico", diz Pedro à Sputnik Brasil.
Ainda de acordo com Pedro, o Brasil é prejudicado por "países europeus comprometidos com o globalismo" por seu posicionamento mais "soberanista e menos globalista".
Brasil está fora porque não fez a lição de casa
O diretor de políticas públicas da ONG SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, acredita que a exclusão do Brasil é justa porque o país "não fez a lição de casa". Ele ressalta que os brasileiros são responsáveis pela criação de instrumentos e eventos importantes no campo das políticas climáticas, como a Conferência do Clima e a Conferência da Biodiversidade: "não é coisa de gringo querendo trazer informação para cá", diz.
"Acho que a ONU está chamando a atenção do Brasil. Ela não proibiu, a condição para se participar desse evento era ter feito o documento", diz Mantovani à Sputnik Brasil. "O Brasil perdeu crédito, habilidade e está colocando em risco nossa economia e nossa sociedade com posturas tão obtusas e atrasadas."
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