Os ataques deixaram, ainda, 52 feridos, parte deles em estado grave.
Em pronunciamento feito no dia de hoje, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pela primeira vez relacionou a ideologia do supremacismo branco aos ataques. Trump condenou o "racismo, intolerância" que teriam alimentado os atentados.
"Estas ideologias sinistras precisam ser derrotadas", afirmou. "O ódio não tem lugar na América. O ódio distorce a mente, devasta o coração e devora a alma. Essas matanças bárbaras são um ataque contra uma nação e um crime contra toda a Humanidade", disse.
Já o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, também fez um pronunciamento e lamentou os ataques. Durante sua fala, Bolsonaro disse que não se evita ataques a tiros como os dois ocorridos neste final de semana nos Estados Unidos "desarmando o povo".
"Lamento, já aconteceu no Brasil também. Lamento. Agora, não é desarmando o povo que você vai evitar isso aí. O Brasil é, no papel, extremamente desarmado e já aconteceu coisa semelhante aqui no Brasil", afirmou o presidente na porta do Palácio da Alvorada, em Brasília.
Em meio à polêmica levantada pelo presidente brasileiro, a Sputnik Brasil entrevistou uma pessoa favorável à liberação das armas e outra contrária.
Cidadãos armados agiriam em caso de um franco atirador
Para Vinícius Domingues Cavalcante, comentarista de Segurança Pública, diretor da Associação Brasileira dos Profissionais de Segurança, se o porte de armas fosse liberado no Brasil em caso de situações como essa, teríamos cidadãos treinados para intervir.
"A gente dispondo de armas e tendo cidadãos que estejam habilitados para utilizá-las, uma situação como a de um franco atirador em um local público, vai ser rechaçada desde um primeiro momento por esses cidadãos", disse à Sputnik Brasil.
Cavalcante entende que essa foi a intenção da fala do presidente Bolsonaro.
"A fala do presidente é que a gente possa ter pessoas de bem, pessoas decentes, pessoas honestas, treinadas com as suas armas para intervir nessas situações até porque nós sabemos que a polícia não pode estar em todos os lugares", defendeu.
Mais armas vão representar mais mortes
Já a Clarisse Gurgel, cientista política, professora da Faculdade de Ciências Sociais da Unirio, que é contrária a liberação do porte e da posse de armas de fogo, diz que mais armas geram mais mortes.
"Arma ela tem um único propósito, que é matar. E a gente já está vendo índices alarmantes de mortes por armas de fogo. Se a gente aumenta o número de armas circulando, seja aquele que domina a prática com a arma, seja aquele que não domina, o que vai gerar é inevitavelmente morte ou tentativa de morte", disse à Sputnik Brasil.
Clarisse Gurgel vê a declaração de Bolsonaro como uma representação de um raciocínio ultrapassado e que não faz mais sentido nos dias de hoje.
"Infelizmente o presidente Bolsonaro se filia a uma vertente no Brasil que ainda está muito agarrada a um tempo em que essas questões não estavam amadurecidas, hoje já está muito claro que existem outros meios e soluções para questões coletivas, estruturais, que não se resolvem espalhando mortes", defende.
O número de pessoas assassinadas com armas de fogo cresceu 6,8% no país entre 2016 e 2017, de acordo com dados do Atlas da Violência de 2019, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
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