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Bolsonaro não é bem-vindo a Portugal, diz partido político

© REUTERS / Adriano MachadoPresidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em evento sobre modernização de normas de segurança e saúde no trabalho no Palácio do Planalto, Brasília, 30 de julho de 2019
Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em evento sobre modernização de normas de segurança e saúde no trabalho no Palácio do Planalto, Brasília, 30 de julho de 2019 - Sputnik Brasil
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O Bloco de Esquerda, partido político que compõe a coligação do atual governo de Portugal, classificou a possível visita de Jair Bolsonaro ao país como “inaceitável”. A declaração faz parte de uma nota, divulgada nesta quinta-feira (1), na qual o partido também afirma que o presidente do Brasil “não é bem-vindo a Portugal”.

Para a deputada Joana Mortágua, membro da comissão política do Bloco de Esquerda, Jair Bolsonaro atua de forma antidemocrática.

“Nós tivemos notícia de que estaria em preparação uma visita oficial do presidente do Brasil. O que nós esperamos é que o governo de Portugal deixe bem claro que há declarações que não são aceitáveis por parte de chefes de Estado de países democráticos”, afirma a deputada à Sputnik Brasil.

Uma das possibilidades para a visita de Jair Bolsonaro a Portugal seria durante a cúpula entre os governos dos dois países, que pode ocorrer no início de 2020. Em declarações à imprensa depois da divulgação da nota, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, afirmou que a visita do presidente brasileiro ainda não está confirmada.

“Eu não consigo cancelar viagens que não estão programadas. É muito provável que em 2020 possa ocorrer finalmente a cimeira entre Portugal e Brasil, que está pendente há anos, e como a tradição é que as cimeiras se realizem alternadamente, a próxima será em Portugal”, disse o ministro.

Para a deputada Joana Mortágua, “Portugal é um país democrático e não pode esconder embaixo do tapete aquilo que sabe sobre o presidente Bolsonaro na altura em que o receber. Para nós é muito difícil justificar que se recebam com honras de Estado presidentes que, por mera diversão política, fazem pouco e provocam pessoas com o sofrimento de vítimas da ditadura. Demonstra uma incapacidade de sentir valores básicos da humanidade e demonstra também, do ponto de vista político, uma afinidade com a violência da ditadura, que é inaceitável para um presidente do mundo democrático”.

Ainda na nota, o partido condena Jair Bolsonaro pelas declarações sobre a morte de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, que desapareceu durante o período da ditadura. "O Bloco de Esquerda recorda ainda que este é apenas o episódio mais recente envolvendo um governo que tem sido marcado pelo desrespeito às comunidades indígenas, pelo aumento descomunal do desmatamento da Amazônia, pelos ataques à Educação e aos direitos dos trabalhadores", lê-se no texto.

Cyntia de Paula, presidente da Casa do Brasil de Lisboa, entidade não governamental e sem fins lucrativos que atua na assistência à comunidade imigrante, considera que o governo português precisa se posicionar.

“Toda a política que tem sido implementada pelo governo Bolsonaro vai contra a nossa missão. A Casa trabalha pela garantia dos direitos humanos, pelas pessoas migrantes, minorias, pela igualdade de gênero. A vinda dele ou não a Portugal acreditamos que é uma decisão de governo, que nos ultrapassa, o que queremos é que o governo de Portugal questione tudo o que está errado e que não aceite um governo antidemocrático”, afirma Cyntia à Sputnik Brasil.

As cimeiras entre os chefes de governo de Brasil e Portugal acontecem desde 1991. A mais recente foi realizada em Brasília, em novembro de 2016. O encontro de 2018 estava marcado para janeiro, mas foi cancelado a pedido do então presidente Michel Temer. Portugal não considerou viável reagendar para 2019, por ser ano de eleições legislativas no país. Agora, os dois governos se articulam para que o encontro seja realizado em Portugal, em janeiro de 2020.

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