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'Convergência ideológica' molda viagem de chanceler brasileiro à Europa, diz especialista

© Foto / Marcelo Camargo/Agência BrasilO ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, durante cerimônia da transmissão de cargo ao secretário-geral das Relações Exteriores, Otávio Brandelli, no Palácio Itamaraty (arquivo)
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, durante cerimônia da transmissão de cargo ao secretário-geral das Relações Exteriores, Otávio Brandelli, no Palácio Itamaraty (arquivo) - Sputnik Brasil
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O chanceler Ernesto Araújo realizou nesta semana uma viagem de três dias à Itália, de onde partiu para a Hungria, em seguida, irã à Polônia. A Sputnik Brasil conversou com o especialista em Relações Internacionais, Mauricio Fronzaglia, sobre o significado das principais viagens internacionais do governo Bolsonaro.

Em viagem à Itália desde o dia 6, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, reuniu-se na última quarta-feira (8), em Roma, com o vice-primeiro-ministro e ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, que desde as eleições presidenciais brasileiras manifestou apoio a Jair Bolsonaro. 

Em entrevista à Sputnik Brasil, o especialista em relações internacionais da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Maurício Fronzaglia, afirmou que, mais do que uma agenda pragmática de cooperação econômica, a motivação da visita do chanceler brasileiro à Itália está ligada à proximidade ideológica que os governos dos dois países compartilham atualmente. ​

"Essa visita parece ter como estímulo principal se aproximar de países que tem governos com políticos que têm uma convergência ideológica com o governo brasileiro. Não é uma visita mais baseada na questão do pragmatismo dos interesses do Estado, que é mais comum acontecer. [A visita] está sendo moldada pela proximidade ideológica entre o governo brasileiro e o governo destes países", argumenta o especialista.

Ao ser questionado sobre qual seria este alinhamento ideológico do Brasil com os quatro países que o ministro irá visitar (além da Itália, Ernesto Araújo viaja nesta semana para Polônia e Hungria), Maurício Fronzaglia afirmou que estes governos são marcados por uma ascensão da nova direita, assim como o Brasil. 

Ele observou, entretanto, que este não é um fenômeno que está restrito a esses países, sendo a ascensão de governos que se identificam no espectro da direita um fenômeno muito presente no mundo hoje.  

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"A questão é saber se essa convergência ideológica pode se traduzir em ideias práticas, em ações políticas concretas. Se essa convergência fica reduzida a essa questão ideológica, você não tem muitos ganhos que vão superar essa esfera de ação", acrescentou o especialista, destacando que a convergência ideológica é um fator que pode resultar em aproximações mais importantes, como as relações econômicas e comerciais.   

Ao comentar a nota divulgada pelo Itamaraty sobre a visita do chanceler brasileiro à Itália, Fronzaglia observou que o comunicado sobre a viagem de Ernesto Araújo tem um caráter bem genérico, justamente porque "retrata fielmente a realidade", porque "por agora, não há mais do que essa afinidade, essa convergência ideológica" entre os dois países. 

"É a partir dela [afinidade ideológica] que a visita do chanceler tentará extrair outros frutos dessas relações, que, por ora, se baseia muito mais na proximidade ideológica", completou.  

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