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Agronegócio pode contribuir para a diversificação da matriz energética brasileira?

© AFP 2023 / CESAR MANSOManutenção de baterias solares no norte da Espanha
Manutenção de baterias solares no norte da Espanha - Sputnik Brasil
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Representantes do agronegócio nacional se reuniram hoje em Brasília para discutir oportunidades para geração e comercialização de energia no setor agropecuário, a fim de torná-lo mais sustentável e econômico. Mas até que ponto a agricultura e a pecuária podem contribuir para a diversificação da matriz energética brasileira?

Desafiando a crença de muitas pessoas de que o agronegócio nada mais é do que um inimigo do meio ambiente, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou nesta quarta-feira o seminário Agro em Questão — Energias Renováveis: tornando a agropecuária mais sustentável e econômica, que contou com a participação de representantes do governo, de associações do setor e da iniciativa privada. O evento, em parceria com a Climate Bonds Initiative (CBI), compõe o plano de trabalho da CNA para ampliação da participação do agro no mercado de energia. 

​Para o presidente da Associação Brasileira de Energias Alternativas e Meio Ambiente (ABEAMA), Ruberval Bandini, essa iniciativa do agronegócio brasileiro parece bastante positiva, levando em conta o processo de adoção da energia solar pelo setor ainda nos anos 1980. Segundo ele, de lá para cá, houve uma espécie de grande hiato nessa área, que durou até 2012, com a entrada em vigor da Resolução Normativa 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que estabeleceu o Sistema de Compensação de Energia Elétrica, permitindo a instalação de pequenos geradores (tais como painéis solares fotovoltaicos e microturbinas eólicas) nas unidades consumidoras e possíveis trocas de energia com a distribuidora local com objetivo de reduzir o valor da fatura de energia elétrica. 

"De 2012 para cá, o crescimento foi estupendo. No último ano, nós tínhamos registro de mais de 7 mil instalações. Nesse ano, que passou, foi para 40 mil", disse ele em entrevista a Sputnik Brasil. "O agronegócio está acompanhando esse momento."

Bandini destaca que o Brasil possui a segunda maior insolação do mundo e que, sendo assim, não utilizar a energia solar como um dos recursos para o aumento de produtividade representaria uma perda de aproveitamento dos recursos naturais. E, além dessa, outras fontes de energia renovável, como a eólica, por exemplo, são muito bem vindas.

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De acordo com o especialista, o país está passando ainda por um processo de aprendizagem do potencial do agronegócio. No caso da energia solar, mais uma vez, ele afirma que esta poderia ser usada em qualquer capacidade, sendo apenas "uma questão de ajuste e de retorno de investimentos feitos pelo equipamento que vai ser utilizado".

"Motores de alta concentração de potência, com utilização do diesel, poderiam ser trocados por motores mais eficientes elétricos, que atendessem a mesma necessidade de um bombeamento ou de outro processo de uso intensivo de energia."

No que se refere à expansão das energias renováveis no país, o presidente da ABEAMA acredita na importância da divulgação do conhecimento e da possibilidade de o cidadão comum gerar sua própria energia, com o uso de painéis solares, por exemplo. 

"Pouca gente conhece isso. Então, uma das barreiras é a divulgação, saber que isso é possível. A segunda: créditos mais eficientes para a utilização, onde o próprio equipamento seria a garantia. Terceiro: facilidades de conexão às redes ou a facilidade de utilização através de consórcio de várias modalidades que hoje estão acontecendo." 

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