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Privatizar a Petrobras até 2022? Guedes sugere mais mudanças nas posições de Bolsonaro

© Tânia Rêgo/Agência BrasilEdifício-sede da Petrobras no Rio de Janeiro
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou que o presidente Jair Bolsonaro vem alterando vários entendimentos que tinha quando era parlamentar, deixando nas entrelinhas de que nem mesmo a Petrobras, estatal petrolífera brasileira vista como uma joia nacional, pode sim ser privatizada.

"O presidente levantou a sobrancelha… Ué, se o preço de petróleo sobe no mundo todo inteiro e não tem nenhum caminhoneiro parando no Trump, na Merkel ou na porta do Macron, será que tem um problema aqui?", disse Guedes em entrevista exibida pela Globonews no fim da noite desta quarta-feira.

O "Posto Ipiranga" de Bolsonaro falava sobre a polêmica em torno da interferência do presidente na semana passada, quando após um telefonema dele a direção da Petrobras recuou de um aumento de 5,7% no preço do óleo diesel. O temor do Palácio do Planalto era de que o aumento do combustível deflagrasse uma nova greve dos caminhoneiros.

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Guedes prosseguiu, comentando que Bolsonaro teria enviado a ele, no dia seguinte à conversa entre os dois, uma imagem para Guedes em que mostrava 60 bandeiras de empresas no setor de petróleo nos EUA e apenas uma bandeira, a da Petrobras, no Brasil. "Acho que ele quis dizer alguma coisa com isso", relembrou.

Entretanto, perguntado diretamente se a Petrobras estaria na lista de empresas a serem privatizadas, Guedes não foi tão longe, declarando que "seria um salto muito grande", porém revelou que Bolsonaro vem mudando as suas posições, tendo concordado recentemente com a privatização de uma outra estatal, a qual o ministro preferiu não revelar.

"Está ficando muito claro para o brasileiro comum o seguinte: tem cinco bancos, seis empreiteiras, uma produtora de petróleo e refinaria, três distribuidoras de gás e 200 milhões de 'patos'. Ele [Bolsonaro] está aprendendo mais rápido do que os economistas brasileiros", acrescentou Guedes.

Com perfil liberal, o ministro da Economia já defendeu no passado a privatização da Petrobras e outras estatais brasileiras, mas o assunto é visto com muitas ressalvas por Bolsonaro. Sobre a sua relação com o presidente, Guedes garantiu que tem a sua autonomia preservada e que o episódio de interferência no preço do diesel foi pontual.

Após alguns dias de impasse, a Petrobras anunciou nesta segunda-feira um aumento de R$ 0,10 por litro de diesel nas refinarias. Segundo Guedes, a política de preços da estatal acompanhará a variação do combustível no mercado internacional, mas a periodicidade dos reajustes não será imediata.

Assim, o valor do diesel subirá dos atuais R$ 2,14 para R$ 2,24, em média, nos 35 pontos de distribuição no país.

Previdência

Na esteira da pauta das privatizações, o ministro da Economia ainda falou sobre a Reforma da Previdência, rebatendo previsões mais pessimistas que já preveem uma desidratação da proposta do governo, que pretende economizar R$ 1,1 trilhão nos próximos 10 anos, caso o Congresso Nacional aprove o projeto sem grandes modificações.

Contudo, Guedes afirmou que o governo está preparado para ceder em alguns pontos, preferindo não revelar em quais frentes poderá abdicar de algumas demandas contidas na proposta.

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Para o ministro, desmontar pontos considerados fundamentais pela equipe econômica, como o regime de capitalização, a idade da aposentadoria para mulheres, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) para idosos e pessoas com deficiência e a aposentadoria para o trabalhador rural podem fragilizar a reforma, que resolveria o governo Bolsonaro, mas não traria investimentos em empregos.

Guedes ainda elogiou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por sua articulação em favor da reforma, e declarou esperar que o próprio Bolsonaro entre com mais peso no debate junto aos parlamentares.

"As minhas conversas com políticos são muito no sentido de mostrar a inevitabilidade da reforma, como é construtiva a pauta, até para eles. Essa reforma é diferente da do [ex-presidente Michel] Temer, que era uma reparação do sistema de repartição. Essa é uma abertura para um regime de poupança", complementou.

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