Foi informado pelo secretário especial da Previdência nesta terça-feira (12) que a equipe do governo concluiu o texto-base da reforma da Previdência e agora aguarda a análise do presidente Jair Bolsonaro, que ainda está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Para a cientista política e professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Clarisse Gurgel, que concedeu uma entrevista à Sputnik Brasil, a reforma da Previdência tem grandes chances de ocorrer, mas de uma maneira fragmentada. De acordo com ela, a questão da inclusão dos militares pode ser um dos últimos pontos a ser incluído para que o governo ganhe tempo.
"É possível de que este ponto, de quem vai ser incluído nessa reforma seja o último ponto a ser acertado, porque dessa forma o governo ganha tempo pra acalmar setores do Exército, do campo militar, que não aceitaram fazer essa concessão em prol de um projeto que envolve o grande empresariado, inclusive internacional", disse Gurgel.
De acordo com a especialista, o acordo com o setor militar pode ser alcançado através de uma espécie de "troca de favores", em que as Forças Armadas cedem ao acordo com a contrapartida do governo garantir uma recuperação do prestígio dos militares.
De acordo com o raciocínio de Clarisse Gurgel, tal política de militarização urbana faz com que a bancada da bala, a indústria bélica, as forças militares, as intervenções federais recuperem fôlego, recuperando o prestígio das Forças Armadas.
Ao comentar a dinâmica de influência dos diferentes grupos que disputam o poder no governo, Clarisse Gurgel acredita que a figura do vice-presidente Hamilton Mourão demonstra um certo protagonismo ao se mostrar uma figura mais moderada e disposta a impulsionar as pautas liberais do setor empresarial.
Por outro lado, ela destaca que o vice-presidente "aparenta ser mais disposto a romper com a disciplina militar e incluir as forças militares na reforma da Previdência".
"Se o Mourão se articula fortemente com o Paulo Guedes, ele consegue conduzir o governo que o grande empresariado quer", acrescenta.
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