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Comitê da Bacia do São Francisco descarta possibilidade de contaminação com lama da Vale

© Foto / CemigUHE Três Marias, localizada no Rio São Francisco, região Central do Estado.
UHE Três Marias, localizada no Rio São Francisco, região Central do Estado. - Sputnik Brasil
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Uma equipe de 16 membros do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco permanece monitorando diaramente a trajetória da lama de Brumadinho ao complexo de Retiro Baixo. Contudo, o vice-presidente do grupo, Maciel Oliveira deu como "quase descartada" possibilidade de rejeitos contaminarem o rio.

Desde o rompimento da barragem em Brumadinho, técnicos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Minas Gerais (Semad-MG), Agência Nacional de Águas (ANA), Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) monitaram a qualidade da água do rio Paraopebas, afluente do São Francisco e principal afetado pelo escorrimento de lama da barragem da Vale que se rompeu.

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Segundo Maciel Oliveira, o Comitê montou uma estratégia de monitoramento da qualidade da água em vários pontos do rio Paraopebas — um dos principais afluentes do São Francisco — desde o dia do rompimento. Embora os testes estejam registrando presença de sedimentos de minério de ferro, não há motivo para pânico.

"A previsão é que esses rejeitos cheguem no completo de Retiro Baixo em breve, mas as equipes lá já estão preparados para esse evento e o complexo já está preparado para segurar esses rejeitos. Em Três Marias pode chegar entre os dias 15 e 20 [de fevereiro], mas a barragem de lá tem 100 vezes a capacidade de Retiro Baixo", explica Maciel, pontuando que será possível, assim, diluir a lama e evitar que rejeitos pesados cheguem ao rio. "Correu fake news causando pavor em toda a população que sobrevive do rio, mas isso está praticamente descartado", completa.

No momento, o principal desafio das equipes é lidar com as fortes chuvas que atingem Brumadinho e região. Maciel explica que a incidência de tempestades tornam a previsão de danos mais aleatória e o monitoramento "muda a todo o momento porque com chuva, aumenta-se a lama e a capacidade da água levar rejeitos".

"Depois de Três Marias, porém, é quase descartada possibilidade de contaminação. Mesmo que se chegue lá com grande carga, a lama já vai sair bem mais filtrada, o rejeito não deve passar de lá. Será praticamente imperceptível, mas vamos monitorar".

Maciel contou à Sputnik Brasil ainda que, com o temor de contaminação ao rio do qual dependem 18 milhões de pessoas, os governos estaduais de Sergipe e Alagoas chegaram a cogitar a criação de uma sala de respostas imediatas (montada em casos de grandes desastres), mas que tem viajado ao Nordeste explicando a autoridades que o movimento seria prematuro.

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"O Brasil não se pode ter o luxo de, a cada três anos ter uma situação como essa. Tivemos Mariana, Barcarena no Pará e agora com esse crime humanitário, estamos extremamente preocupados. Incentivamos o fortalecimento dos mecanismos de fiscalização preventiva integrada para fazer um monitoramento de barragens de todo os tipos e evitar que uma tragédia assim volte a acontecer", finaliza.

Cemig permanece em alerta

Em nota enviada à Sputnik Brasil, a Cemig informou que "está acompanhando o trajeto da pluma de sedimentos da barragem Mina do Feijão, de Brumadinho, pelo Rio Paraopeba desde o início do rompimento da barragem".

A companhia disse ainda estar "em constate contato com o Operador Nacional do Sistema (ONS) e a Agência Nacional de Águas (ANA)" e que organiza no momento "um plano de monitoramento da qualidade da água nas usinas de Igarapé e Três Marias".

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