Além do Brasil, a pesquisa foi conduzida também em outros nove países da América Latina e do Caribe. O objetivo foi entender como vivem os millenials (jovens entre 15 e 24 anos) em países com indicadores socioeconômicos semelhantes. Técnica de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Joana Costa avalia que os indicadores precisam ser analisados em um contexto de vulnerabilidade social a que estão submetidos estes 23% captados pelo estudo no Brasil.
"São jovens em domicílios com a renda mais baixa, com nível de escolaridade menor e que encontram barreiras tanto no acesso à escola de qualidade quanto no mercado de trabalho. Eles apontam como fatores [para não estudar nem trabalhar] a falta de qualificação, experiência, dificuldades financeiras de se manter em curso [de capacitação] como os custos de transporte, material, etc", revela. "No caso das mulheres que estão nessa situação, a maioria já têm filhos, têm afazeres domésticos e reportam isso como uma grande barreira quanto a oportunidades de estudo e trabalho", completa Joana.
"É preciso incentivar políticas de valorização do enino na escola, promover também a qualificação do jovem para o mercado de trabalho de acordo com a demanda", aconselha Joana. "No caso das mulheres, a oferta de creches públicas ou de um sistema de transporte que possibilite um deslocamento mais eficiente na cidade também ajudam".
Para Joana, os dados da pesquisa trazem um aspecto positivo: a grande maioria dos jovens "nem-nem" esperam se ver livres desta situação em até um ano. "No horizonte de um ano, perguntamos a eles o que se viam fazendo e menos de 4% disseram estar de acordo em viver sem emprego ou estudo. A grande maioria também declara a vontade de se formar no ensino superior, com expectativas elevadas em relação a formação e trabalho. É importante destacar que embora não tenham nem trabalho, nem estudo, esperança, sonhos e expectativas eles têm", finaliza.
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