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Especialista: metralhadora gigante apreendida no Rio poderia atravessar 3 casas

© REUTERS / Bruni KellyArmed Forces take up position during a operation after violent clashes between drug gangs
Armed Forces take up position during a operation after violent clashes between drug gangs - Sputnik Brasil
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A Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) apreendeu quarta-feira (19) o maior armamento já registrado no estado do Rio de Janeiro. A Sputnik Brasil conversou com o especialista em segurança pública, Paulo Storani, sobre as características e a capacidade de uso dessa arma na cidade.

A arma apreendida pelas forças policiais é uma metralhadora Browning.50, que mede quase 1,7 metro e pesa 38 quilos, e é capaz de furar blindagem de carro forte e de aeronaves.

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O ex-instrutor do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Paulo Storani, disse à Sputnik Brasil que a metralhadora apreendida é um tipo de armamento mais usado por forças regulares, forças armadas de um país.

"O problema do armamento não está na sua dimensão, nem no seu peso, como estão propagando que é a maior arma. Na verdade, o problema é ser uma arma de calibre.50, usada normalmente por forças regulares, então são forças armadas de países, forças regulares que utilizam esse equipamento contra carros de combate ou pode ser usado até em aeronaves, mas vamos pensar mais helicóptero do que avião. Então não é de fácil circulação", destaca o especialista. 

De acordo com o especialista em segurança, "suas características diminuem a possibilidade de serem empregadas para outras finalidades que não sejam essas que eu citei, dessas forças regulares". 

Paulo Storani também citou as características do armamento e as pequenas chances deste tipo de metralhadora ter sido usada em comunidades por facções criminosas. 

"Se fosse usada por traficantes do Rio de Janeiro e sendo disparada dentro de uma comunidade, esse projétil poderia com facilidade atravessar a estrutura de uma, duas ou três casas, porque para isso que ela foi projetada, transfixar obstáculos. Então tem um alto poder de destruição em razão da sua penetração e da energia que ela transmite no momento do impacto", observou. 

De acordo com ele, em termos de emprego tático desse armamento, essa metralhadora "seria inviável para o narcotráfico, pela sua dimensão, pelo seu peso". 

"O que pra mim não ficou claro é se junto à metralhadora foi apreendido o seu suporte ou tripé, no qual ela é colocada, então é um tipo de armamento não portátil, porque precisa de 2 a 3 homens para realizar o seu deslocamento. Por isso se tornaria impraticável essa arma ser usada de uma forma sistemática por uma facção criminosa seja na Rocinha, seja em qualquer outro lugar", acrescentou. 

O especialista destacou também que, por conta das características citadas, dificilmente o armamento foi utilizado pela dificuldade de usar tal tipo de arma e obter o objetivo desejado, tendo um peso mais simbólico de se impor por obter um armamento com essas dimensões. 

​"O traficante de uma forma geral quer se impor pela sua capacidade de tiro, se impor pelo medo, e sem dúvida nenhuma uma facção rival, ou a própria força policial, sabendo que existe um armamento como esse numa determinada comunidade, iria tomar determinados cuidados no momento de uma operação policial. Mas ao mesmo tempo esse armamemto seria mais fácil de ser identificado e apreendido do que um fuzil que tem 3Kg de peso, contra um armamento que tem quase 40Kg", concluiu.  

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