O militar já tinha causado polêmica ao criticar abertamente o governo da agora ex-presidente Dilma Rousseff em 2015, ferindo normas internas que só autorizam declarações políticas com o sinal verde do superior. Ao defender a intervenção militar, o general levou um puxão de orelha do próprio Ministério da Defesa, à época chefiado por Raul Jungmann (hoje à frente da Segurança Pública).
"Eu estou em condições, sou eleitor confesso e incondicional apoiador do Jair Bolsonaro porque nosso país precisa passar por um processo de mudança iniciado por um Executivo que passe a imagem de austeridade e eficiência na gestão. Ao mesmo tempo, esse Executivo deve ter um relacionamento republicano com os demais poderes, seja o Legislativo, seja o Judiciário. Eu vejo o Bolsonaro com capacidade para fazer isso", defende, criticando ao mesmo tempo o financiamento de campanha cujos fundos públicos são distribuídos "em 70% para apenas 3 partidos". "Os demais partidos vão entrar na luta pela sobrevivência, daí toda essa problemática que estamos vendo de escolha de vice", completa.
Questionado sobre os altos índices de rejeição e a suposta "estacionada" de Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto, Mourão não apoiou nem negou a necessidade de fazer concessões de modo a tornar a candidatura mais conciliatória. Contudo, afirmou acreditar que é preciso vencer "radicalismos".
"Todo radicalismo não é bom. Há muitos anos atrás, tinha ouvido de um professor que não se combate o comunismo com o comunismo ao contrário. Nosso Brasil tem de ser mantido unido (…). Meu conselho para o deputado Bolsonaro tem sido de que ele traga todos os brasileiros, que se unam em torno das ideias, independe de gostarem ou não da figura da pessoa (…). Precisamos buscar a união e não a dissociação".
Chefiando as Forças Armadas?
O militar aproveitou para negar que tenha sido considerado para chefiar a pasta da Defesa em caso de eventual vitória da candidatura do PSL."As coisas precisam ser feitas por etapas, primeiro precisamos ganhar a eleição para depois ver quem serão os nomes a serem colocados nos futuros ministérios. Eu não tenho nenhuma vontade de ser ministro A, B ou C, muito pelo contrário, meu papel é e será por enquanto de presidente do Clube Militar e apoiador incondicional do programa de governo do Bolsonaro".
Mourão passou para a reserva em fevereiro deste ano. Na ocasião de despedida do Exército, o militar chamou de "herói" o ex-chefe do DOI-CODI, coronel Carlos Brilhante Ustra, e acusado de promover dezenas de sessões de tortura contra presos políticos da ditadura. Questionado por jornalistas ao fim da solenidade, disse ter elogiado Ustra porque este teria "combatido a guerrilha e o terrorismo".
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