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Carta de líderes europeus pedindo liberdade de Lula expõe 'ingenuidade', diz especialista

© AP Photo / Kathy WillensLula o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, 25 de setembro de 2003
Lula o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, 25 de setembro de 2003 - Sputnik Brasil
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A repercussão da carta assinada por seis líderes europeus pedindo liberdade ao ex-presidente Lula mostra uma "erosão da soberania brasileira", afirma o professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Antônio Gelis.

A missiva foi assinada pelo ex-presidente da França François Hollande e da Espanha José Luis Rodriguez Zapatero, além do ex-primeiro-ministro da Bélgica Elio Di Rupo e três ex-presidentes do conselho de ministros da Itália: Enrico Letta, Massimo DÁlema e Romano Prodi.

Na carta, eles afirmam que Lula deveria "se submeter livremente ao sufrágio do povo brasileiro" e o petista é "incansável arquiteto da redução das desigualdades no Brasil, defensor dos pobres de seu país". O texto também afirma que Dilma Rousseff foi "eleita democraticamente por seu povo" e que sua "integridade" nunca foi questionada. A carta foi publicada no site oficial de Lula.

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A mensagem não foi bem vista pelo ministro das Relações Exteriores. Em nota, Aloysio Nunes Ferreira disse ter recebido "as declarações de personalidades europeias que, tendo perdido audiência em casa, arrogam-se o direito de dar lições sobre o funcionamento do sistema judiciário brasileiro" com "incredulidade". O chanceler brasileiro também escreveu que "esses senhores pregam a violação do estado de direito" e que os líderes europeus cometeram um "gesto preconceituoso, arrogante e anacrônico contra a sociedade brasileira e seu compromisso com a lei e as instituições".

O professor da FGV Antônio Gelis enxerga a questão com ceticismo. Ele ressalta que a carta tem como endereço, na verdade, o próprio público europeu: "são políticos falando para seu público interno". Gelis também diz existe uma "dependência psíquica assombrosa da opinião de alguns países sobre o Brasil" e que a carta não respeita o princípio da "não interferência" nos assuntos internos de cada país.

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O professor de relações internacionais afirma que não é desejável que os brasileiros sejam "ingênuos" com declarações de estrangeiros, até mesmo pronunciamentos "defendendo as operações contra a corrupção, que não são feitas pensando no melhor do Brasil".

"Essa ingenuidade dos brasileiros que acreditam que estrangeiros ligados a estruturas de poder nos seus países estão dizendo isso pensando no bem do Brasil, isso é inaceitável", disse Gelis em entrevista à Sputnik Brasil. 

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