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Zika no combate a tumores cerebrais: cientistas brasileiros testam fármacos promissores

© AP Photo / Arnulfo FrancoThe current Zika outbreak started in Brazil in the spring of 2015 and has since spread across Latin America and the Caribbean. Imported cases were also reported in several European countries and Asia. In February, the World Health Organization declared the Zika virus a global public health emergency.
The current Zika outbreak started in Brazil in the spring of 2015 and has since spread across Latin America and the Caribbean. Imported cases were also reported in several European countries and Asia. In February, the World Health Organization declared the Zika virus a global public health emergency. - Sputnik Brasil
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Estudo realizado por cientistas brasileiros da Universidade de São Paulo (USP) publicou uma importante descoberta, mostrando que o vírus da zika é capaz de matar com eficácia as células de tumores cerebrais. A bióloga e geneticista Carolini Kaid falou à Sputnik Brasil sobre esta inovadora pesquisa para o combate ao câncer.

De acordo o estudo do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco da Universidade de São Paulo (USP), publicado na última quinta-feira na revista científica “Cancer Research”, da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer, a destruição das células tumorais pode acontecer sem causar danos às células saudáveis.  

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A bióloga e geneticista Carolini Kaid, que faz parte da equipe deste centro de pesquisa, conversou com a Sputnik Brasil sobre esta importante descoberta, que levou cerca de um ano até a publicação do estudo.  

"Quando nós tivemos esse surto de casos de zika, que causava microcefalia, a comunidade científica se mobilizou pra entender como que o zika estava causando microcefalia. A professora Mayana Zats [coordenadora da pesquisa] e o grupo da equipe dela que descobriu que o zika afetava preferencialmente as células-tronco neurais que ficavam presentes nos fetos", afirmou a especialista. 

Carolini Kaid contou como surgiu a ideia de que o vírus da zika poderia ajudar no combate às células de tumores cerebrais. 

"O nosso grupo de pesquisa que trabalha com câncer, que faz parte do grupo do Keith [autor principal da pesquisa], do Genoma, a gente tinha algus dados de pacientes do Hospital das Clínicas, que tinham perfil de expressão das células que pareciam com células-tronco neurais. Então durante essa conversa com o grupo da Mayana e o grupo do Keith, que nós tivemos essa ideia, que se o zika infecta preferencialmente células-tronco neurais do feto, será que ele infecta também as células tumorais que tem essa característica, essa cara de célula-tronco neural? Foi assim que surgiu a ideia", contou a pesquisadora. 

De acordo com ela, a partir daí foram realizados testes com linhagens tumorais geradas em colaboração com o Hospital das Clínicas.  

"São células tumorais de pacientes, e testamos também uma comparação com outros três tumores mais comuns — de mama, próstata e cólon retal. E aí foi a surpresa, que além do vírus infectar células tumorais de tumores do sistema nervoso central, em três dias ele levava à morte e destruição total do tumor", destacou a especialista. 

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Ao comentar os próximos passos dessa descoberta, a pesquisadora afirmou que a próxima etapa é a produção de fármacos para poder realizar testes em humanos. 

"Agora a gente está na fase de produzir fármacos seguros para poder fazer testes em humanos. Então assim que a gente tiver esse fármaco, vamos iniciar os estudos clínicos, que seriam estudos clínicos que acontecem com o protocolo estabelecido mundialmente, onde tem a fase 1, fase 2, fase 3, que vamos testando em humanos para esperando ter um resultado positivo. Mas a gente quer fazer com muita cautela para sempre prezar pela segurança do paciente, pra quem sabe no final desse estudo […] ter um resultado positivo e poder levar um fármaco com um efeito mais potentes para esses pacientes que têm uma mortalidade muito alta", informou Carolini.   

A pesquisadora disse ainda que a apresentação deste fármaco ainda está sendo estudada com os farmacêuticos, mas adiantou que provavelmente seria um fármaco na forma de um liquido injetável diretamente no tumor. 

De acordo com ela, a expectativa é de que os estudos clínicos para a produção deste fármaco durem um período de 3 a 5 anos, que é a média para este tipo de processo.    

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