O desembargador Júlio César Lorens, relator do processo, negou os embargos infringentes apresentados pela defesa do tucano e foi acompanhado pelos desembargadores Pedro Vergara e Adilson Lamounier.
Já os desembargadores Alexandre Victor de Carvalho e Eduardo Machado acolheram o recurso de Azeredo e votaram pela sua absolvição.
Segundo a acusação, o tucano desviou R$ 3,5 milhões em recursos de três estatais mineiras para sua campanha à reeleição, há 20 anos. Por esta acusação, que trata dos crimes de peculato (apropriação indevida) e lavagem de dinheiro, ele acabou condenado a 20 anos e 1 mês de prisão.
Segundo Lorens, o então governador de Minas Gerais "tinha a plena posse do numerário entregue a título de patrocínio às estatais, determinando inclusive a conta para serem depositados".
"Foi um dos autores intelectuais dos delitos, pois engendrou plano delituoso com os demais agentes o qual foi colocado em prática com ampla divisão de tarefas. Assim, tinha poder de decisão sobre a prática dos atos, portando-se como autor e, em consequência, deve ser, por eles, responsabilizado", completou o relator.
Apesar da confirmação em segunda instância, Azeredo ainda não deverá ser preso. Responsável pela defesa do tucano, o advogado Castellar Modesto de Carvalho Júnior pediu que o tribunal espere o esgotamento de todos os recursos – cabe ainda os chamados embargos declaratórios.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia pelo mensalão tucano em 2007. Um dos operadores do esquema era o publicitário Marcos Valério, que à época já estava preso pelo seu envolvimento no mensalão do PT, julgado dois anos antes.
Em 2014, a PGR pediu a condenação de Azeredo a 22 anos de prisão, em caso que era analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que o tucano era deputado federal.
Em seguida, ele renunciou ao mandato e o então ministro do Supremo, Joaquim Barbosa, foi o único a votar pela permanência do caso na Corte. Contudo, ele acabou remetido à primeira instância. Em dezembro de 2015, Azeredo foi condenado, mas recorreu em liberdade.
Passados 11 anos desde a denúncia do mensalão tucano, nenhum político do PSDB foi preso.
Ao pressionar o botão "Publicar", você concorda expressamente com o processamento de dados da sua conta no Facebook para permitir que você comente notícias no nosso site usando essa conta. Você pode consultar a descrição detalhada do processo de processamento na Política de Privacidade.
Você pode cancelar seu consentimento removendo todos os comentários publicados.
Todos os comentários
Mostrar comentários novos (0)
em resposta a(Mostrar comentárioEsconder comentário)