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Marielle deixou um legado de força e coragem, diz mãe que teve o filho morto pela polícia

© Foto / Mário Vasconcellos/Divulgação/ Câmara Municipal do Rio de JaneiroMarielle Franco, vereadora pelo PSOL, assassinada na noite do dia 14 de março
Marielle Franco, vereadora pelo PSOL, assassinada na noite do dia 14 de março - Sputnik Brasil
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No dia 14 de maio de 2014, o jovem Johnatha de Oliveira Lima, de 19 anos, foi assassinado com um tiro nas costas favela de Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro, durante uma confusão entre PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e moradores que protestavam contra a truculência da corporação.

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A mãe de Johnatha, a pedagoga Ana Paula Oliveira, conta que o filho dela estava indo levar um pavê para sua avó quando no caminho de volta passou pelo local do protesto. Testemunhas que viram a cena contaram à época que o garoto não estava envolvido nas manifestações.

No dia da morte, Ana Paula recebeu uma ligação da então coordenadora da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Marielle Franco, assassinada na semana passada.

"Eu lembro perfeitamente que no dia do assassinato do meu filho a Marielle me ligou deixando ali todo o apoio e falando que estava ali para me ajudar no que fosse possível", relembra.

Ana Paula Oliveira disse que depois Marielle chegou a ir até sua casa e conversar com os familiares e amigos de Johnatha.

"Ela foi até a minha casa com a Comissão de Direitos Humanos e conheceu minha família, minha mãe, minhas irmãs, minha filha e a partir daí começou a se estreitar esse laço entre nós. Então toda vez que a gente se via era uma perguntando pela família da outra e ela se tornou mesmo uma amiga, uma companheira de luta e a gente tinha uma admiração mútua", afirma.

Sobre a morte da vereadora, Ana Paula lamenta, mas diz que Marielle deixou um legado.

"Infelizmente aconteceu essa covardia, todas as mães choram, mas o importante é que a gente sabe que a Marielle deixou um legado, um legado de força, resistência, coragem, para todas as mulheres, principalmente para as mulheres pretas, das favelas", desabafou.

Ana Paula Oliveira se juntou a mais duas outras mães da favela de Manguinhos e fundou o movimento "Mães de Manguinhos", que luta contra a violência policial. O grupo organiza protestos e dá apoio a outras mães que tiveram seus filhos assassinados pela polícia.

O policial responsável pelo disparo que matou Johnatha foi indiciado pelo crime de homicídio culposo (sem intenção de matar) e ainda aguarda julgamento.

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