Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Souza deu a entender que não existem argumentos que apoiem o afastamento do tucano, determinado pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin.
“O que eu sinto é que o Senado não concorda com o afastamento do senador. Isso eu tenho visto muito. Eles questionam por que afastar? Por qual argumento?”, afirmou o peemedebista, eleito para presidir o conselho pela sexta vez em sua trajetória no Senado.
O senador ainda evocou o que chamou de “ausência de tradição” do Senado em cassar senadores no país, relembrando até mesmo o caso envolvendo o pai do ex-presidente da República e hoje senador Fernando Collor (PTC-AL), que nos anos 1960 matou outro parlamentar em pleno plenário do Senado e não foi cassado.
“Então, o cuidado que nós temos é que vem muita coisa para o conselho baseada em recorte de jornal. Eu quero ver o que tem de verdade”, avaliou Souza. “Pelo que tenho lido, tenho uma grande dúvida. O tribunal decidiu o afastar. Mas e se amanhã o tribunal disser: ‘Não há nada contra o Aécio?’ E estando perto aqui de uma cassação. Baseado em quê? É preciso ter cuidado. Não podemos ser açodados”.
O presidente do Conselho de Ética disse que ainda irá analisar o pedido de cassação que paira sobre Aécio e evitou adiantar qual poderia ser o destino do mandato do senador mineiro, que em grampos autorizados pela Justiça foi flagrado em conversar com o empresário Joesley Batista, dono da JBS, pedindo por recursos em troca de apoio no Congresso.
“O que eu sinto é que o Senado não concorda com o afastamento do senador. Eles questionam: Por que afastar? Por qual argumento? Tenho a impressão de que, se não tivesse isso, talvez os senadores pressionassem para que o conselho avançasse. Como é que se afasta um senador?”, disse.
De acordo com levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo no último dia 3, nove dos 15 integrantes do Conselho de Ética do Senado são contrários à cassação de Aécio, pedida por senadores da Rede e do PSOL.
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