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CSP-Conlutas: Greve geral não é só contra reformas, é para derrubar o governo

© Paulo Pinto/ Agência PTProtesto contra o pedido de impeachment da presidente Dilma na Avenida Paulista
Protesto contra o pedido de impeachment da presidente Dilma na Avenida Paulista - Sputnik Brasil
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As centrais sindicais estão jogando todas as fichas na força da greve geral desta sexta-feira, 28, e na mobilização da população não só contra as reformas da Previdência e trabalhista, mas como forma de depor o governo e reverter a agenda sócio-econômica que vem sendo imposta.

Antinágoras Lopes, membro da executiva nacional da CSP-Conlutas, diz que as centrais sindicais estão bastante otimistas com a adesão dos setores organizados da sociedade e o crescente apoio da população à paralisação.

"Estamos com esse misto de otimismo e aumento da indignação. Essa última (aprovação) da reforma trabalhista na madrugada mais o fato de setores patronais estarem comemorando com out doors, como vimos em algumas capitais do Nordeste, é um problema de classes. Há um setor do empresariado brasileiro e seus representantes no Congresso Nacional que festejam o sepultamento de direitos históricos da classe trabalhadora. Há um sentimento que vai parar tudo no país, e isso pode dar um calço necessário para que a gente possa programar novas ações que permitam botar para fora essa cambada de corruptos da Odebrecht, derrubar esse governo e colocar os rumos desse país na mão da nossa classe", diz Lopes.

Segundo o dirigente, um dos objetivos das manifestações não é só demonstrar a insatisfação popular com as propostas de reforma da Previdência.

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"Achamos que a força da greve vai demonstrar o caminho a ser seguido para a gente até enterrar a terceirização que eles aprovaram, não permitir a aprovação da reforma trabalhista, que foi só uma votação primeira na Câmara. Se a gente segue nesse caminho, temos total condição de reverter o mal que já foi feito e colocar no trilho a vontade dos trabalhadores contra toda essa ofensiva dos banqueiros, do setor patronal e desse Parlamento vendido nesse momento", observa Lopes. 

No Rio, Gualberto Tinoco, outro integrante da CSP-Conlutas, garante que o movimento já contabiliza uma vitória significativa: mais de 20 categorias já se reuniram em assembleias e votaram a favor da greve, algumas, inclusive, por tempo indeterminado, como nos Correios, o que ele considera um marco no movimento social fluminense que há muito tempo não conseguia uma mobilização desse porte. No tocante a adesão dos trabalhadores da área de transporte, Tinoco diz que serão importantes os piquetes de convencimento, que começaram a atuar desde a zero hora desta sexta-feira para que os ônibus não circulem.

Quanto à questão da repressão policial, o integrante da CSP-Conlutas diz esperar manifestações pacíficas e acredita que tanto policiais civis quanto militares, que também sofrem com o descontrole financeiro do Estado, não representem risco considerável à integridade das pessoas nos protestos.

"A democracia no Brasil é muito frágil, temos pouco mais de 30 anos. Qualquer manifestação acaba gerando uma reação por parte do Estado, normalmente muito desproporcional. Foi assim em 2013, em 2014, a forma como foram tratados os professores do Estado do Rio de Janeiro. Acreditamos que possa ocorrer algum tipo de excesso, mas confiamos que como a Polícia Militar, o Judiciário e a Polícia Civil estão numa situação muito complicada é possível que a gente tenha, como já ocorreu outras vezes, reações dentro do comando que rebatam as ordens que possam ser inconstitucionais", diz Tinoco.

O integrante da CSP-Conlutas no Rio lembra que, por ocasião dos recentes confrontos entre servidores públicos e a tropa de choque da PM, em frente a Assembleia Legislativa, houve episódios de deserção de soldados que se recusaram a reprimir os manifestantes com o grau de violência exigido.

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