Em entrevista exclusiva para a Sputnik Brasil, Laísa da Silva Costa contou que deu início a arrecadação de dinheiro na escola depois de ouvir que um amigo com quem estudava e que enfrenta algumas deficiências para falar, enxergar, e também de aprendizado, por ter nascido com síndrome do alcoolismo fetal, não tinha condições financeiras para comprar o uniforme escolar.
"Eu me sento ao lado dele na sala de aula e ouvi a professora perguntar a outra que cuida dele, porque ele não tinha o uniforme da escola. Ela disse que ele era um menino muito carente, que quem cuida dele é a avó e ela não tem condições para comprar. Eu fui fazer um trabalho na casa de uma amiga, era um grupo grande e aí eu contei que nosso amigo não tinha condição de comprar o uniforme e sugeri que cada um desse R$ 1 ou quantia que fosse para pelo menos comprar o uniforme para ele, pelo menos uma blusa."
A mobilização deu certo e graças ao apoio dos colegas de classe, os estudantes conseguiram arrecadar R$ 27 e compraram a blusa para o amigo. Laís contou que apesar de não conseguir falar, o colega não deixou de demonstrar muita alegria pelo presente. "Eu cheguei na escola mais cedo e ele já estava lá na sala dos professores. Quando eu entreguei o presente, como ele não consegue falar, ele ficou eufórico. Ele foi ao banheiro vestiu a blusa e voltou todo feliz. Como ele tem a limitação da fala, ele não conseguiu agradecer, mas ficou muito feliz mesmo."
A estudante contou ainda que a campanha para ajudar o jovem amigo ainda não terminou, e por conta da repercussão da campanha, uma pessoa fora da escola entrou em contato com ela oferecendo mais ajuda, e mais uma peça do uniforme da escola foi comprada, desta é uma calça. "Eu consegui comprar uma calça. Um senhor, eu não o conheço entrou em contato comigo pelo Facebook pediu a minha conta, eu passei e eu comprei a calça do uniforme para ele."

Laísa ressalta que o amigo de classe será apenas o primeiro a ser ajudado e que a campanha vai ter seguimento para ajudar outros colegas na compra do uniforme. A jovem disse que sempre gostou de ajudar as pessoas.
"A campanha ainda não parou porque eu acho que não é só ele que precisa ser ajudado. Na minha escola muitas pessoas não tem condições de comprar o uniforme. A escola não exige, quando a pessoa não tem condições. Eu sempre quis ajudar muito as pessoas. Eu já estudei com outras pessoas que tem deficiências, com pessoas muito carentes e eu sempre ajudo. Roupas ainda novas, por exemplo, que não cabem mais em sempre junto e dou para alguma pessoa que está precisando."
Laísa espera que a ação que fez com os amigos da escola sirva de exemplo e inspire a outras pessoas a serem solidárias com quem precisa. "Eu espero que isso viralize, que todo mundo possa ajudar o próximo, não só a pessoa que tem mais necessidade, mas e a pessoa também estiver precisando de amor, de carinho nós temos que dar, nós podemos dar. Não é só com bens materiais. O amor e o carinho traz felicidade para muitas pessoas."
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