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Associações de blocos alertam que Carnaval de rua do Rio está ameaçado em 2018

© Fernando Maia/RioturO Bloco Simpatia é Quase Amor , que integra a Sebastiana é um dos maiores do carnaval do Rio de Janeiro
O Bloco Simpatia é Quase Amor , que integra a Sebastiana é um dos maiores do carnaval do Rio de Janeiro - Sputnik Brasil
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Em meio a abertura oficial do Carnaval de rua do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (24), representantes de sete Associações de blocos da cidade fazem um alerta e críticas sobre o atual modelo de financiamento das agremiações. Segundo as Associações, sem investimentos os blocos podem não desfilar em 2018.

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'Bloco árabe' pede passagem no carnaval de rua do Rio
As agremiações reclamam que estão tirando dinheiro do próprio bolso para garantir os desfiles. As associações reivindicam que o dinheiro arrecadado pela Prefeitura do Rio durante a passagem de mais de 1 milhão de turistas esperados para o Carnaval nos blocos e a verba de patrocínio de patrocinadores exclusivos da Prefeitura ajudem a financiar melhor a infraestrutura dos blocos. 

No modelo atual uma única patrocinadora entra com recursos e uma empresa privada organiza a infraestrutura do carnaval de rua carioca, reduzindo assim os gastos para a Prefeitura. As Associações gostariam de poder contar também com patrocinadores próprios sem burocracia.

O presidente da "Liga dos Amigos do Zé Pereira", que reúne oito blocos de rua, como o "Céu na Terra" e os blocos da "Orquestra Voadora" e "Toca Rauuul", Rodrigo Rezende destacou que as agremiações não querem lucrar, querem apenas ter os recursos necessários para colocar os blocos na rua, sem entrarem num processo de endividamento como acontece atualmente. Rodrigo Rezende alerta que sem investimentos a qualidade do carnaval de rua vai decair e como consequência menos foliões e menos arrecadação para a cidade, afetando vários setores.

"Tem uma matemática simples. Se o carnaval cair a qualidade e menos pessoas vierem a arrecadação cai, e vai afetar a saúde, segurança, o transporte, todas as áreas. Nós não estamos pleiteando caches de blocos, até porque isso é uma discussão surreal, o caso é avaliar o tamanho daquele bloco, você vai saber a estrutura que ele demanda e vai prover recursos para isso."

© Divulgação/Amigos do Zé PereiraDesfile dos Amigos do Zé Pereira arrastou uma multidão no ano passado
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Desfile dos Amigos do Zé Pereira arrastou uma multidão no ano passado

Já o presidente de um principais e mais tradicionais blocos do Rio de Janeiro, o "Cordão da Bola Preta", Pedro Ernesto Marinha diz que a agremiação está endividada e para este ano os custos para colocar o bloco na rua neste sábado (25) são de R$ 250 mil. Pedro Ernesto ressalta a falta de apoio do poder público diante da importância histórica do "Cordão da Bola Preta", comparando a situação da agremiação com ao incentivo que acontece com o também histórico "Galo da Madrugada", no Recife.

"Nós temos toda uma importância histórica na cultura carioca, na cultura do Carnaval, mas não recebemos nenhuma atenção do poder público nesse sentido. É humilhante como hoje ouvi que o Galo da Madrugada tem 27 trios, 40 palcos. Nós não queremos tanto, queremos um pouco para que o Bola Preta mereça a valorização pela importância histórica dele."

No ano passado, o "Cordão da Bola Preta" reuniu mais de um milhão de pessoas no Centro do Rio.

© Divulgação/Cordão da Bola PretaEste ano o Cordão da Bola Preta desfila sábado (25), às 8h, no Centro
Associações de blocos alertam que Carnaval de rua do Rio está ameaçado em 2018 - Sputnik Brasil
Este ano o Cordão da Bola Preta desfila sábado (25), às 8h, no Centro

A presidente da "Sebastiana" (Associação Independente de Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro), Rita Fernandes, que representa 11 dos principais blocos de rua que arrastam multidões no Rio, como o "Simpatia é quase amor"; o "Suvaco do Cristo", as "Carmelitas"; o "Escravos da Mauá" e o "Gigantes da Lira", afirma que com a crise este ano  já está muito difícil arcar com os gastos com carros de som, músicos, segurança e agentes de trânsito para garantir um carnaval de rua com qualidade para o folião.

"Já é nítido. Houve uma redução enorme na qualidade na qualidade daqui que vínhamos fazendo. Os carros de som estão menores, o som está péssimo em todos os blocos, porque não estamos tendo dinheiro para contratar carros mais potentes, perdemos muito no sistema de apoio. Tivemos que reduzir a contratação de agentes de trânsito, porque quem paga para organizar o trânsito, apesar de estar no caderno de encargos somos nós. Nós contratamos cooperativas."

As Associações já solicitaram uma reunião com a Prefeitura para discutir e definir uma política pública para o Carnaval de rua, além da criação de linhas de financiamento para os blocos e que seja revisto o modelo de patrocínio privado, porém, segundo Rita Fernandes ainda não houve uma reunião oficial para tratar do assunto e que a Riotur ficou de marcar um encontro com os representantes das agremiações após o carnaval.

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