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Moraes: Governo do Amazonas sabia de planos de fuga de presos e não avisou

© José Cruz/Agência BrasilO ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, fala à imprensa após reunião com a presidente do STF, Cármen Lúcia
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, fala à imprensa após reunião com a presidente do STF, Cármen Lúcia - Sputnik Brasil
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O Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes se reuniu nesta quarta-feira (4) com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia para discutir a situação dos presídios brasileiros após a chacina no Amazonas onde 60 presos morreram entre domingo (1) e segunda-feira(2).

Após o encontro, Alexandre de Moraes afirmou que o governo do Amazonas já tinha conhecimento sobre a possibilidade de uma rebelião e fuga durante as festas de fim de ano, porém não avisou o Governo Federal. Também segundo o ministro, o número dado pelo Comitê de Gerenciamento de Crise do Sistema de Segurança Pública do Amazonas, de que 184 presos tinham fugido também é inferior a realidade. O Comitê ainda informou que 58 presos já foram recapturados.

"Há relatos do setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas de que poderia haver essa fuga entre o Natal e o Ano Novo, fuga que efetivamente acabou ocorrendo e foram mais de duas centenas de presos que fugiram. O Governo Federal em momento algum foi informado, nem foi solicitado nenhum auxílio, seja da Força Nacional, seja de qualquer outro mecanismo que o Governo Federal poderia ter auxiliado. Nós tomamos ciência ontem (3) e anteontem (2), pessoalmente nas reuniões que fiz."

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Alexandre de Moraes informou ainda que uma Força Tarefa está investigando como armas e celulares entraram no presídio desencadeando o confronto entre as facções rivais, as mortes e a fuga dos detentos. "O que nós podemos afirmar, porque isso é fato notório agora é que uma série de erros ocorreu, senão não teria acontecido o que aconteceu. Se as armas entraram houve falha na fiscalização  daqueles que devem tomar conta da entrada do presídio. Se celulares entraram, também falha da administração do presídio. Há uma Força Tarefa para investigar exatamente esse caso. É importante chegar em quem tem responsabilidade."

Segundo o ministro da Justiça, a situação do sistema carcerário brasileiro sempre foi um barril de pólvora.

"A questão penitenciária no Brasil é um barril de pólvora há 10, 20 anos. Não é um barril de pólvora agora. A diferença agora, de uns tempos para cá é exatamente, que isso passou a ser uma prioridade, essa é a diferença."

Na semana passada, o sistema prisional brasileiro ganhou investimentos por parte do Governo Federal, que liberou R$ 1, 2 bilhão do Fundo Penitenciário Nacional aos estados, onde cada um receber cerca de R$ 45 milhões, sendo R$ 32 milhões para serem usados na construção de novos presídios. A previsão é a de que o Governo libere em 2017 mais  R$ 1,8 bilhão em recursos para o sistema penitenciário.

O Instituto Médico Legal (IML) de Manaus deu início a liberação dos corpos dos presos mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim e também na unidade prisional do Puraquequara. Nesta terça-feira (3) foram liberados nove corpos e outros 30 já foram identificados, mas ainda aguardam a liberação.

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