Classificado por muitos especialistas como um golpe de Estado parlamentar, o impeachment começou a ser desenhado ainda no ano de 2015. Para dizer o mínimo. Depos da reeleição disputadíssima com o fraco candidato tucano, Dilma enfrentou protestos e traição de sua inconsistente base aliada.
O país estava abalado pelos protestos de 2013 e pelos escândalos de corrupção evidenciados pela Operação Lava Jato. Dessa forma, já era claro que a governabilidade seria um desafio para a presidenta reeleita em um cenário econômico de crise.
Eduardo Cunnha aceita um dos pedidos de impeachmentAinda em novembro de 2015, o Conselho de Ética começa uma investigação de quebra de decoro do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acusado de mentir sobre contas na Suíça. No início de dezembro, a bancada do PT vota pela continuidade das investigações sobre Cunha. Em 2 de dezembro, Cunha, que já havia rompido com o governo em julho, aceita um dos pedidos de impeachment, em franca atitude de vingança ao PT.
Protestos nas ruas

Na tentativa de articular o Congresso, Dilma anunciou a nomeação do ex-presidente Lula para a chefia da Casa Civil, em 16 de março. A medida foi anulada no dia seguinte pelo ministro do STF Gilmar Mendes. A justificativa seria de que a nomeação de Lula visaria obstruir investigações contra si mesmo na primeira instância da Justiça, já que o cargo daria foro privilegiado ao ex-presidente.
Em meio às reviravoltas políticas de Brasília, ruas das maiores cidades do país ficaram tomadas por manifestantes no dia 13 de março. Eles pediam a saída de Dilma Rousseff do cargo. Os protestos continuariam nos próximos dias. Os manifestantes, trajados em sua maioria com camisas da seleção brasileira de futebol, diziam ser contra o governo PT, a corrupção, e a nomeação de Lula como ministro da Casa Civil. Manifestações a favor do governo também começaram a tomar força, provocando eventuais conflitos entre manifestantes, apesar de, em geral, a violência nas ruas não foi algo que marcou o ano.
Câmara aprova impeachment
Em 18 de abril, em uma sessão que durou mais de dois dias, 367 deputados votaram pela admissibilidade do impeachment e processo seguiu para o Senado. As falas dos deputados foram um espetáculo a parte. Muitos agradeceram às famílias, a Deus e aos Estados. As cenas rodaram o mundo e foram reproduzidas pela internet, por usuários que pela primeira vez se deram conta de como são os representantes da população no legislativo.Senado admite o impeachment e Dilma é afastada

Em 12 de maio, 55 senadores aprovaram no plenário o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) favorável ao impedimento de Dilma. A presidente foi notificada da decisão e afastada do cargo. A votação no Senado foi mais tranquila, do que na Câmara e o resultado já era anunciado com antecedência pela imprensa brasileira.
Senado aprova o impeachment e Temer toma posse definitiva
Depois de um longo processo de trabalho, em 31 de agosto, nove meses após o início da tramitação, o impeachment é aprovado por 61 senadores em sessão presidida pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski. Apesar de perder o mandato, Dilma não teve os direitos políticos cassados, pois a votação de cada questão foi a parte. Ainda em 31 de agosto, Temer é empossado pelo Congresso. O Brasil tem um novo presidente.
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