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Saúde do Rio entra Ano Novo com nova greve

© Tomaz Silva/Agência BrasilServidores públicos do Rio de Janeiro, de diversas categorias fazem manifestação em frente à ALERJ
Servidores públicos do Rio de Janeiro, de diversas categorias fazem manifestação em frente à ALERJ - Sputnik Brasil
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Servidores de todas as categorias da área de Saúde do Estado do Rio de Janeiro vão cruzar os braços por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira, 2, devido aos atrasos nos salários e a situação de penúria em que se encontram hospitais e a rede pública de atendimento.

Enfermeiros, médicos, agentes de Vigilância Sanitária, terceirizados e pessoal da área administrativa alegam já não terem condições de ir ao trabalho. A paralisação foi deliberada em assembléia nesta sexta-feira, 30, e as categorias já enviaram ofício à secretaria dando conta da greve.

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro informou, em nota, que os servidores concursados que atuam nas unidades da secretaria receberão o salário integral do mês de novembro até esta sexta, 30. Os beneficiados serão servidores com cargos de nível fundamental, elementar e médio. De acordo com a secretaria cerca de 4,6 mil servidores estão nesta categoria, todos da ativa.

Em nota, a secretaria disse que os recursos para viabilizar o pagamento são da própria pasta: "A secretaria está reunindo esforços e vai realizar o pagamento com recursos da própria pasta, por reconhecer o esforço dos profissionais e para garantir a manutenção dos serviços", informou a nota. Devido às comemorações do Réveillon, os bancos encerraram o expediente na quinta-feira, 29, e só retornaram na próxima segunda-feira, 2.

O diretor do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed), Jorge Darze, diz que a decisão pela greve foi correta, por não ser mais possível conviver com o que está acontecendo hoje no Rio de Janeiro.

"Estamos falando de um Estado em situação de calamidade nunca antes vivida, que não tem condições sequer de pagar os salários de seus servidores, e isto é uma situação de extrema gravidade. Estamos vivendo no Rio de Janeiro uma realidade semelhante à dos crimes de guerra, porque a tortura é uma das consequências desse estado de calamidade por que passa o Rio", diz Darze. 

Segundo o diretor, os servidores que realizam sua jornada de trabalho diário de 30 dias deveriam fazer jus a recebe o salário ao final desse período mas há quase dois meses não se paga um centavo, o governo promete pagamento parcelado e não cumpre.

"As pessoas vivem uma estabilidade não só financeira, mas emocional, porque ninguém tem mais condições de planejar as suas vidas. Contas e aluguéis chegam e as pessoas não pagam. Há uma situação gravíssima que entendemos que é fruto da incapacidade do atual governo de continuar à frente da gestão do Estado. Entendemos que haja o impeachment do atual governador por demonstrar uma total incapacidade de gestão da crise", afirma o diretor do Sinmed-RJ. 

Darze diz que o impeachment do atual governador se deve também por outros motivos.

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"Não só por causa disso, mas pelas denúncias que já levaram o ex-governador Sérgio Cabral à prisão. O atual governador Pezão era seu secretário de Obras, e não concordamos com a ideia de que durante oito anos de governo Sérgio Cabral que o atual governador do Estado, como secretário de Obras, não tivesse conhecimento dessa quadrilha organizada no governo do Estado. Até porque quando o Ministério Público pediu a prisão do governador essa investigação se deu em três grandes obras."

Para Darze, a situação, além de configurar gestão temerária, que coloca em risco de vida a população do Rio de Janeiro, também envolve fatos graves que podem estar classificados como atos criminosos de corrupção na medida em que o atual governador fazia parte do governo Sérgio Cabral. 

"A greve é uma consequência natural do quadro em que se encontra o Rio de Janeiro. Os servidores não tem mais dinheiro para chegar aos locais de trabalho, os hospitais estão desabastecidos, a mortalidade tem aumentado de maneira assustadora", diz Darze, lembrando que esteve essa semana no Instituto de Cardiologia Aloysio de Castro, no Humaitá, onde os médicos denunciaram que a mortalidade ds pacientes operados quase dobrou devido à infecção e a falta de antibióticos e exames necessários para avaliar melhor os pacientes. 

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