Usando espaços muito pequenos e um equipamento hoje considerado defasado (uma câmera Canon Revel XS), Douglas conquista um número maior de entusiastas do seu trabalho, com estilo próprio e marcado pelo bom gosto. Humilde, ainda não se sustenta apenas da fotografia, e trabalha como vendedor, mas tem planos de seguir carreira e conhecer o mundo, para "pintar com a luz", como ele mesmo diz.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Douglas diz que tudo começou há três anos, fotogrando a irmã, que queira fazer um ensaio sensual para mostrar ao namorado. As fotos ficaram boas, namorado e irmã ficaram felizes. Embalado com o resultado, começou a pesquisar na internet como utilizar melhor câmera e luz. Para observar pinturas e arte foi um pulo. Quando começou e pensou fazer algo mais criativo e técnico, procurou a Escola de Imagem, em Botafogo.
"Muita gente diz que a produção é sofisticada, mas é apenas um espaço de três metros por dois, onde eu tento me desdobrar nesse pequeno espaço, usando tecido, uma iluminação diferente para a imagem não ficar achatada, para ter a noção de que o espaço é bem grande. Alguns amigos começaram a me emprestar um espaço, que usava uma vez por mês."

Na escola, o professor, reconhecendo seu talento, o convidou a trabalhar como assistente em fotos de casamento. Ele aceitou.
"Tinha medo e nunca pensava em trabalhar com produção fotográfica de casamento. Comecei, fiz um teste e até hoje está funcionando, estou aprendendo cada vez mais. Agora está começando a surgir alguma coisa de evento, mas é muito difícil. Casamento é o que estou mais fazendo graças ao Alê (Alexandre Grand, seu professor na Escola de Imagem). A escola toda está me levantando, me ajudaram, deram materiais para eu começar a desenvolver um pouquinho melhor."
Quanto ao futuro ele é incisivo:
"Comecei há três anos e não tinha noção nem do que eu queria ser. Agora já está na minha cabeça que quero ser fotógrafo, quero conhecer o mundo, conhecer cada local, fotografar o sorriso das pessoas, pintar e fazer arte com a luz."
Alexandre Grand, seu professor, conta que tem dois trabalhos comerciais: o de fotografia de casamento e o de retratos femininos, onde trabalha sensualidade e autoestima feminina.

"Naturalmente acabou havendo uma identificação dele comigo por causa desse meu trabalho. Ele começou a se interessar, a perguntar bastante, e eu comecei a ver as fotos dele. Me surpreendi vendo um trabalho bem maduro com bastante consistência e aquilo me chamou a atenção. Fui descobrindo, meio no susto, que o equipamento que ele usava era de dez anos atrás. Era digital, mas se você for pegar esse equipamento hoje vai dizer: isso é muito precário."
Grand diz que sempre fala para os alunos, principalmente os que estão começando em fotografia, que não é preciso muito.
"Basta uma câmara e uma lente. Fotografia é o estudo da luz. Se focar no que precisa e usar sua criatividade, não precisa gastar muito dinheiro. Na verdade, caiu no meu colo um cara com um trabalho muito bom e com um equipamento extremamente precário. Me vejo muito nele porque o meu início também foi assim."
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