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Uma Assembleia atrás das grades

© Sputnik / Renan LúcioAssembleia do Rio com grades
Assembleia do Rio com grades - Sputnik Brasil
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Nesta quarta-feira, 16, o presidente da Casa, Jorge Picciani (PMDB) vai receber representantes de seis sindicatos para discutir alternativas ao pacote. O custo para gradear o Legislativo ficou em R$ 20 mil.

Nesta quarta-feira, 16, o presidente da Casa, Jorge Picciani (PMDB) vai receber representantes de seis sindicatos para discutir alternativas ao pacote.

Desde domingo, viaturas da PM permanecem estacionadas em frente às escadarias e nos fundos do prédio. Na última sexta-feira, ocorreu o terceiro protesto contra o anúncio das medidas. Na ocasião, um grupo de mascarados entrou em confronto com policiais militares que revidaram usando gás de pimenta e bombas de efeito moral.

Entre as 22 medidas previstas pelo pacote estão a suspensão de reajustes já concedidos, desconto de 30% dos vencimentos de inativos para reforçar o caixa da Previdência do Estado, corte de gratificações a comissionados, fim de programas sociais e extinção de órgãos públicos.

Assim como outras categorias, os professores reagiram negativamente ao gradeamento da Assembleia. Em entrevista à Sputnik Brasil, Rose Cipriano, da direção do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE), disse que o gradeamento da Alerj demonstra o nível de ataque que está sendo colocado pelo projeto não só para os servidores públicos mas para a população de maneira geral. 

"As ações contidas no projeto são ações que levam o governo estadual a isolar a Alerj. Estamos vivendo um estado de exceção novamente aqui na cidade do Rio de Janeiro. O governo do PMDB, sob a alegação da crise, quer colocar a solução no salário dos servidores e da população. Isso sem considerar que o PMDB, nesses últimos anos, vem tendo uma política de isenções — que isentou desde montadoras até termas na cidade do Rio de Janeiro — em um volume que causou muito mais prejuízo à administração pública do que as ações sociais e o funcionalismo."

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Na avaliação de Rose, com esse tipo de política, o PMDB não vai resolver a situação financeira do Estado. 

"A política do PMDB, tanto a a nível federal quanto a nível estadual, tem se mostrado equivocada e contra a classe trabalhadora e a população. É a política do arrocho mesmo e da retirada de direitos sociais", diz, lembrando que os professores do Rio de Janeiro estão há três anos sem receber aumento, os aposentados hoje já estão com seus salários parcelados. 

"Esse aumento da contribuição significa, na realidade, redução de salários,  que é contra a Constituição. Quando a gente fala desses cortes, o governo não está olhando em nenhum momento para a redução dos juros do pagamento de dívida. A nível nacional a gente precisa reorganizar a questão dos impostos, e por que não repensarmos a taxação de grandes fortunas? Não se coloca o pagamento da dívida pública e outros setores que estão fora dessas políticas de ajuste fiscal."

Independentemente do gradeamento da Assembleia, o SEPE promete manter a vígília que começou no último dia 1º. Na quarta-feira, 16, está marcada uma grande mobilização através do Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (MUSP), onde funcionários de educação, profissionais e professores estarão nas ruas, a partir das 10 horas, protestando e pedindo a retirada total do projeto.

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