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Mariana: Um rio de gente, uma corrente de solidariedade

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O vazamento da barragem de Samarco em Mariana (MG) que completa um ano neste sábado, 5, considerado o maior desastre ecológico do Brasil, revela um lado típico do brasileiro: a solidariedade. O Coletivo Rio de Gente, movimento do Greenpeace, foi um dos primeiros a se mobilizar, promovendo ações para angariar recursos às vítimas do desastre.

Em entrevista à Sputnik Brasil, a coordenadora do Rio de Gente, Letícia Soares Aleixo, conta que logo após ficarem claras as dimensões do desastre o movimento entrou em contato com diversos artistas de renome nacional para realização de shows cuja renda foi revertida em ajuda às famílias atingidas pelo acidente. Shows foram realizados por artistas como Milton Nascimento, Caetano Veloso, J. Quest, entre outros, em capitais como São Paulo e Belo Horizonte.

Letícia conta que na primeira visita feita ao distrito de Bento Rodrigues, cinco dias após a tragédia, a sensação que teve foi de estupefação e impotência tamanho o grau de destruição.

"Até hoje o quadro impressiona muito não só em Bento Rodrigues como nos distritos vizinhos, como em Barra Longa e Vespeiro. As comunidades reclamam da quantidade de ajuda fornecida pela Samarco às famílias. A principal reclamação é da falta de água que, quando é entregue, tem uma qualidade duvidosa. A empresa também distribui cartões de alimentação, mas nem todos os atingidos nas regiões recebem."

A coordenadora do Rio de Gente comenta também sobre o número oficial de mortos: 19. Segundo ela, devido às péssimas condições de salubridade nos meses seguintes ao vazamento, muitas pessoas que adoeceram e morreram não foram contabilizadas como vítimas do acidente. Outro ponto levantado por Letícia diz respeito aos trabalhos de recomposição do meio ambiente.

"A Samarco está reconstruindo o entorno dessas comunidades afetadas, plantando grama em cima de grandes extensões de solo ainda com a lama que vazou da barragem. Ninguém sabe ao certo quais os impactos que esse replantio terá na saúde do gado", diz, acrescentando que o Greenpeace tem financiado pesquisas sobre plantio.

Em relação às ações referentes a um ano do desastre, Letícia diz que na próxima terça-feira, 7, haverá uma solenidade em Belo Horizonte em homenagem não só aos atingidos pelo vazamento como também aos índios Krenati, que habitam a região. O encontro contará com a presença de representantes dos governos federal, estadual, de instituições ligadas ao meio ambiente, ONGs, entre outras.

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Gestos de solidariedade não faltaram. Luciana Pordeus, de Belo Horizonte, montou uma campanha no Facebook, para ajudar animais de pequeno e grande porte, nas áreas atingidas pelos rejeitos da barragem. Segundo Luciana, a campanha contou com grande adesão e salvou a vida de centenas de animais.

"Nós focamos na ajuda a animais de pequeno e grande porte, prejudicados pelo acidente da barragem. As pessoas perderam as casas e não conseguiam recuperar os animais. A empresa não fez nada a esse respeito também. Então eu, minha amiga Rita e meu marido fomos para Mariana, e começamos uma campanha no Facebook para arrecadar recursos para medicação."

Segundo Luciana, a campanha teve uma adesão incrível. Ainda mais depois que a jornalista Cora Ronai, muito ligada à causa animal, divulgou o movimento, que arrecadou quase R$ 20 mil.

"As nossas equipes resgatavam todos os tipos de animais: tinha galinha, coelho, pato, cavalo, boi, cachorro, gato, jabuti, algumas aves, qualquer animal afetado pelo rompimento da barragem, ou que as famílias não puderam levar para os hotéis oferecidos pela empresa aos atingidos. Abrigamos no nosso galpão mais de 800 animais."

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