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Estudantes dão nota zero em educação ao governo Temer

© Rovena Rosa/Agência BrasilUNE SP
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Estudantes universitários e secundaristas invadiram na segunda-feira, 10, a Secretaria da Presidência da República em São Paulo para protestar contra a votação da PEC 241, que estabelece um teto aos gastos públicos pelos próximos 20 anos e as propostas de reforma do ensino médio no país.

Cerca de 100 estudantes ocuparam as instalações na Avenida Paulista, no Centro de São Paulo, e só se retiraram no final da noite, após a Câmara dos Deputados, em Brasília, ter aprovado a PEC por ampla maioria: 366 votos a favor, 111 contra e duas abstenções. Não houve confronto com a Polícia Militar que cercou o prédio.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Matheus Weber, integrante da diretoria da União Nacional dos Estudantes (UNE), que participou da ocupação, conta que o movimento foi pacífico e teve como objetivo denunciar à sociedade os prejuízos que a PEC acarretará na Educação e na Saúde, na medida em que os recursos para esses programas em um exercício (ano) serão limitados à inflação dos 12 meses anteriores. Até agora, as verbas para ambos os setores eram calculadas pela inflação anual mais um percentual extra, o que garantia um crescimento real dos orçamentos para as duas pastas.

Weber diz que, além de São Paulo, vários estados registram ocupações de escolas e instituições de ensino superior e médio.

"Em São Paulo, cinco escolas e universidades também estão ocupadas. A ideia é continuar fazendo denúncia contra essa PEC, que ainda tem uma outra votação em segundo turno da Câmara e também do Senado. No Brasil, são 154 estabelecimentos ocupados entre escolas, universidades e institutos federais. O maior contingenciamento é no Paraná com mais de 100 escolas de ensino médio e fundamental ocupadas."

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Para professora, reforma do ensino médio vai aumentar divisão entre ricos e pobres

O representante da UNE também critica postura do governo federal em relação às propostas de reforma do ensino médio, uma vez que o governo não permitiu até agora nenhum debate com a sociedade, seja com professores, educadores ou pais de alunos. 

"Defendemos reformas, mas não no nível das que estão sendo propostas pelo governo que vão na contramão dos projetos de flexibilizar o ensino médio, montando uma grade (de matérias) que seja optativa  como educação física, filosofia."

Weber explica que a ocupação foi encerrada porque os estudantes ficaram sem água, banheiros e luz, que foi cortada no prédio. 

"A polícia não estava deixando ninguém entrar, nem os advogados. Após muita negociação entre as partes, ficou acertada a desocupação com a saída garantida pela presença dos advogados. A ideia era ocupar o prédio para pressionar os parlamentares a votarem contra a PEC. Com a votação favorável ao governo, não havia mais motivo para continuar o movimento."

A diretoria executiva da UNE se reúne nesta quarta-feira, 12, para montar um calendário de mobilização do movimento universitário, com algumas atividades em conjunto com as entidades secundaristas para mobilizações comuns até mesmo em Brasília. Segundo Weber, as pautas são conjuntas até porque as entidades sempre trabalharam dessa forma.

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