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Para deputado do PT, interesse político determinará destino de Eduardo Cunha

© Wilson Dias/Agência BrasilEduardo Cunha apelo
Eduardo Cunha apelo - Sputnik Brasil
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Em uma tentativa de manter seus direitos políticos, o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), distribuiu esta semana mais de 300 cartas a parlamentares tentando reforçar sua tese de defesa contra o processo de cassação cujo julgamento final ocorrerá no próximo dia 12.

Nas cartas, Cunha afirma que já foi punido politicamente ao ser obrigado a renunciar à presidência da Câmara em julho, e que a cassação de seus direitos políticos destruiria sua vida e a da família. Ele diz que será julgado pela acusação de ter mentido à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras em 2015, quando afirmou não possuir contas secretas no exterior e não por outras acusações que pesam contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF). Por fim, afirma que sem a sua determinação e atuação o processo contra a presidente Dilma Rousseff não seria aberto.

Na avaliação do deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), toda a movimentação que se observa nos bastidores em Brasília revelam um esforço orquestrado para salvar o deputado, até pela marcação da data de julgamento no dia 18, uma segunda-feira, dia tradicionalmente de presença reduzida na Câmara.

"Já soube de manobra para levar o relatório, que foi vencido no Conselho de Ética, para ser votado também no Senado. A bancada do Cunha é a maior. O próprio procurador-geral da República disse que ele comandava a maior organização criminosa, composta por parlamentares. Tudo é possível. Se ele for cassado, vai ter a mesma discussão que houve com a Dilma, o que levaria a perda dos direitos políticos. E ele sendo casado essa discussão provavelmente vai se repetir no Senado."

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Wadous compartilha a opinião de muitos observadores de que, se Cunha for condenado, ele pode, em retaliação divulgar informações comprometedoras sobre um grande número de parlamentares.

"Ele é um arquivo vivo. Ele se comprometeu até com o chefe do estado golpista, que é o Michel Temer e que o aconselha em várias dessas atividades escusas. Tem muita gente comprometida com ele ali", diz Wadous. 

Para o deputado do PT, uma possível absolvição de Cunha só é possível quando se está em um estado de exceção. 

"Promoveu-se um golpe no Brasil e a partir daí automaticamente a Constituição foi revogada, as leis foram revogadas. Agora impera o jogo político. Se interessar ao jogo político cassá-lo, ele será cassado. Agora não é mais a Constituição ou o estado de direito que comandam. Assim como foi o jogo político, golpista que determinou o destino da presidenta Dilma. Da mesma forma vai acontecer com ele." 

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