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Após impeachment, aliados e defesa de Dilma vão recorrer à Suprema Corte

© Marcelo Camargo/Agência BrasilPlenário do Senado decide pelo impeachment de Dilma Rousseff
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Por 61 a 20, o Senado determinou nesta quinta-feira (31) a perda de mandato de Dilma Rousseff, mas em segunda votação, por 41 votos a 36 e 3 abstenções, os senadores decidiram que Dilma não vai ficar proibida de exercer funções públicas por oito anos. Com o resultado, senadores aliados e a defesa de Dilma garantem que vão recorrer à Suprema Corte.

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O advogado de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, afirmou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) ainda nesta quinta-feira (31), ou amanhã (1°), com dois recursos alegando falta de pretextos jurídicos para o afastamento de Dilma Rousseff. De acordo com Cardozo, o processo de impeachment não conta com substância jurídica, que são os crimes de responsabilidade.

"Vamos impetrar possivelmente hoje (31) ou amanhã (1º) uma primeira ação, sem prejuízo a uma outra ação que será proposta na sexta (2) ou na segunda (5). Realmente é um golpe parlamentar. É uma presidente da República afastada do seu cargo sem nenhum fundamento, sem crime de responsabilidade. Portanto, acho que é um dia triste, nós vamos ao Supremo Tribunal Federal."

Para a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que defendeu no plenário, que Dilma Rousseff não perdesse os direitos políticos, disse que a confirmação do impeachment foi injusta.

"Infelizmente vejo esse resultado com muita tristeza. Eu continuo afirmando e reafirmando, não houve crime de responsabilidade. Não é uma votação justa para o Brasil e para a Democracia.'

Também aliada de Dilma, a senadora Vanessa Grazziotin (Pc do B-AM)  também afirmou que a aprovação do impeachment de Dilma é inconstitucional, pois ela não cometeu crime e promete fazer oposição ao governo Temer.

"Tiram-lhe o mandato sem que ela tivesse cometido crime nenhum. Eles sabem disso, o Brasil e o mundo sabem. Isso não foi um processo legal, não foi um processo constitucional. Foi um processo onde prevaleceu exclusivamente o desejo dessa maioria circunstancial que eles formaram. Nós já temos uma batalha a partir de hoje (31), que é enfrentar essa pauta negativa, porque se a Dilma enfrentou uma pauta bomba, que eles claramente colocaram, com a participação do PMDB inclusive, hoje nós temos uma pauta negativa para os trabalhadores, um trem passando por cima dos direitos dos trabalhadores, tem a PEC 241, tem medidas provisórias. Nós devemos fazer uma oposição não ao Brasil, mas  aquilo que eles querem transformar num país, que mais uma vez se dobra aos interesses dos grandes, ricos e poderosos."

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) lamenta o impeachment de Dilma e diz que Senado vai ficar marcado na história como golpista.

"As pessoas não tem a noção do que isso significa para o nosso processo, para nossa Constituição  e para os direitos que foram adquiridos a partir de 1988. É lamentável fazer parte de um momento como esse. Esse Senado vai ficar registrado na história como golpista. Não tem base constitucional para afastar a presidenta Dilma."

Para a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) disse que o impeachment é sinal de instabilidade política e não de amadurecimento. Para Lídice da Mata não será possível construir uma saída para a crise econômica no país com ilegitimidade de um governo que não foi eleito nas urnas.

"Isto é um sinal de instabilidade política e não de amadurecimento político ou democrático. A ilegitimidade deste governo está colocada na forma em que ela foi construída. Em um regime Parlamentarista a queda de um gabinete implica em novas eleições  e eu não acho que seja possível  em uma divisão em que o Brasil se encontra na sociedade, construir uma saída política para a economia com a ilegitimidade de não ter um governo passado pelas urnas. Ao ser eleito com Dilma, Temer não pode oferecer outro programa de governo ao país."

Já o senador Roberto Requião (PMDB-PR) ressaltou que com o impeachment de Dilma, o momento agora é de dar total apoio à continuidade das investigações da Operação Lava Jato, contra corrupção no país.

"O importante aqui agora é que nós passemos a dar um apoio forte para os promotores públicos e ao juiz Sérgio Moro, que deve aprofundar as investigações. É claro que eles devem se conter um pouco nesse visão paladina de exageros na aplicação da Justiça, mas eles não podem parar, e contarão comigo aqui no Senado como um defensor das investigações para que se realize a verdadeira limpeza  das instituições políticas brasileiras."

Para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) um dos principais defensores de Dilma, hoje é um dia trágico para história do Brasil. Segundo Lindbergh.

"Hoje é um dia triste para a história, É derrota. Afastar uma presidente por três decretos de créditos suplementares quando o Congresso Nacional todo está acusado. Um momento de grande desmoralização da política nacional." criticou.

Ainda segundo Lindebergh, "não tenho dúvidas de que no futuro haverá uma nova sessão no Senado anulando o resultado do julgamento, que validou o impeachment", processo chamado por ele de crime.

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