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Anistia Internacional quer impedir matança da Polícia durante os Jogos Rio 2016

REPORTAGEM ANISTIA JOGOS 2 DE 28 07 16
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A Anista Internacional quer impedir abusos e mortes à inocentes pelas forças de segurança durante o períodos dos Jogos Rio 2016, através do desrespeito aos direitos humanos.

Exército em treinamento para os Jogos Rio 2016 - Sputnik Brasil
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Câmara aprova foro especial para militares que cometerem crimes durante as Olimpíadas
A instituição protocolou uma petição no Comitê Organizador dos Jogos, contendo mais de 120 mil assinaturas, de 15 países, pressionando que a Rio 2016 previna o uso desnecessário da força pela polícia e Forças Armadas, evitando a violação de direitos, e pedindo que se criem mecanismos que responsabilizem e investiguem possíveis denúncias de abuso durante o período olímpico.

De acordo com a pesquisadora da Anistia Internacional na área de segurança pública, Renata Neder o documento visa ressaltar o aumento da violência policial com a proximidade do início da Olimpíada no Rio. A Pesquisadora ressalta ainda  o grande número de vítimas nos anos dos Jogos Pan-americanos, em 2007, e da Copa do Mundo, em 2014.

"Isso é um padrão que nós identificamos já em anos anteriores. Em anos de megaeventos esportivos a tendência é ter um aumento muito expressivo do número de pessoas mortas pela Polícia aqui no Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro teve tanto a oportunidade, quanto o fardo de sediar três megaeventos em dez anos: os Jogos Pan-americanos, em 2007; a Copa do Mundo, em 2014 e agora as Olimpíadas."

Para o diretor executivo da Anistia Internacional no Brasil, Átila Roque, as forças policiais e armadas seguem despreparadas para lidar com a população em grandes eventos, criticando principalmente a tática do atirar primeiro e perguntar depois, muitas vezes usadas pelas forças de segurança.

"O que nós somos contra é uma estratégia de operações policiais muito violentes, e muito seletivas, que ocorrem em certos territórios, focando em um certo perfil de pessoas, que são os jovens, pobres e negros. O que nós estamos pedindo é controle sobre esse uso do armamento letal. Nós estamos pedindo que parem o modo de operação ancorado em uma perspectiva de guerra, guerra contra a favela, contra os negros, contra os pobres, que tem levado a um índice altíssimo de mortes em operações policiais, inclusive um índice muito alto de mortes dos próprios policiais, então, todos perdem."

Segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, até maio deste ano 151 pessoas foram assassinadas por agentes públicos de segurança na cidade do Rio de Janeiro, 40 somente em maio, o equivalente a 135% a mais que no mesmo mês de 2015. 

Em 2007, ao sediar os Jogos Pan-Americanos, 1330 pessoas foram mortas em operações policiais no Rio, sendo 902 na capital.

Já na Copa do Mundo, em 2014, foram 580 mortos no estado, 40% a mais que em 2013.

Na quarta-feira (27)  integrantes da Anistia Internacional realizam um protesto em frente ao prédio do Comitê Organizados dos Jogos Rio 2016, no centro da cidade. Os manifestantes estenderam 40 sacos fúnebres na calçada do prédio, simbolizando corpos de pessoas mortes pela Polícia.

No início de julho deste ano, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que transfere para a Justiça Militar, o julgamento de militares que cometerem crimes dolosos, com intenção de matar, contra civis até o final do ano. A ideia é garantir o foro privilegiado para os militares que serão responsáveis pela segurança durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Rio de Janeiro.

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