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Qual é missão do novo embaixador dos EUA no Brasil?

© AFP 2023 / EVARISTO SAEmbaixada dos Estados Unidos no Brasil
Embaixada dos Estados Unidos no Brasil - Sputnik Brasil
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De acordo com Mikhail Belyat, professor da Universidade Russa de Humanidades, a principal missão do novo embaixador dos EUA no Brasil será ajudar o governo de Michel Temer a resolver a crise política no país.

Em entrevista à agência Sputnik, Mikhail Belyat afirmou que a nomeação do novo embaixador norte-americano está relacionada, primeiramente, com a mudança do quadro político no Brasil.

​Ele também expressou a preocupação por causa do agravamento da situação política e econômica no Brasil, afirmando que ela era fruto dos últimos acontecimentos, que a presidente afastada Dilma Rousseff qualificou como um golpe de Estado.

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“Agora o Brasil entra em uma época muito complicada e desestabilizada no âmbito do chamado ‘golpe de Estado’, de acordo com Dilma Rousseff, ou ‘medidas constitucionais’, de acordo com o Departamento de Estado dos EUA. O preço destes acontecimentos é uma desestabilização séria no país. Como o exemplo da gravidade da crise atual, posso recordar que nesta semana o presidente interino Michel Temer pediu ao Senado para aprovar o déficit de orçamento de 48 bilhões de dólares para o ano que vem. É um enorme buraco no orçamento. Mas ao mesmo tempo quero assinalar que o buraco também existiu há dois meses, quando Dilma exercia plenamente as funções de presidente do país. E ela pediu as Senado para fazer a mesma coisa, mas com uma diferença: o buraco era duas vezes menor. Então, durante os dois meses a situação econômica no país piorou tanto que o déficit do orçamento aumentou duas vezes”, disse o cientista político.

Nestas circunstâncias vem o novo embaixador estadunidense, Peter Michael McKinley, diplomata de carreira, que ao longo da sua vida trabalhou em países “difíceis” para os EUA.

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“Nos seus últimos lugares, McKinley trabalhava como embaixador na Colômbia, onde está em andamento a guerra do governo com os narcotraficantes e a crise nas relações com a Venezuela. Depois ele estava encabeçando a missão diplomática dos EUA no Afeganistão. O que também não foi fácil. Do meu ponto da vista, ele é uma ‘pessoa da gestão da crise’ americana. Ele é diplomata de carreira, por isso e um profissional imparcial sem emoções, uma pessoa que deve ‘faxinar’ no Brasil ou, pelo menos, ajudar o novo governo a fazer isso”, disse Mikhail Belyat.

O analista também afirmou que o novo governo enfrenta uma escolha muito difícil: ou “perder tudo”, porque a situação política e econômica no país esta piorando drasticamente, convocando novas eleições extraordinárias, ou tentar permanecer no poder, de acordo com a legislação nacional, para mostrar a prontidão e vontade de concorrer às eleições de 2018.

“Do meu ponto da vista, a principal missão do novo embaixador estadunidense será ajudar o novo governo brasileiro e Michel Temer, em particular, a consolidar o sucesso de afastamento do governo de Dilma e resolver a grave crise politica e econômica no Brasil”, acrescentou o analista.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, indicou Peter Michael McKinley como o novo embaixador americano no Brasil no fim da tarde de quarta-feira (25).

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Peter Michael McKinley tem 62 anos e é diplomata de carreira, tendo entrado no Departamento de Estado em 1982. A Bolívia foi o primeiro país em que serviu. O seu último cargo foi no Afeganistão. Antes disso havia passado pela Colômbia, Peru, União Europeia, Uganda, Moçambique, Bolívia e Reino Unido.

O diplomata tem uma relação estreita com a América Latina. Filho de pais americanos nascido na Venezuela, ele passou parte da infância no Brasil e no México. Ele é pós-graduado em Estudos Latino-Americanos pela Universidade de Oxford e é autor do livro Pre-Revolutionary Caracas: Politics, Economy and Society, 1777-1811, publicado em 1985.

Ele também já ocupou cargos no gabinete do Subsecretário Regional de Assuntos Políticos, no escritório da África Austral e no Centro de Inteligência e Pesquisa do Departamento de Estado. O Itamaraty já confirmou sua indicação, que deve passar sem problemas pelo Senado.

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