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Brasileiros denunciam ameaça aos direitos dos trabalhadores no 1º de maio em Lisboa

© Foto / Lucas RohanManifestantes brasileiros mostram cartaz dizendo "Golpe nunca" em um ato de 1 de maio de 2016 em Lisboa
Manifestantes brasileiros mostram cartaz dizendo Golpe nunca em um ato de 1 de maio de 2016 em Lisboa - Sputnik Brasil
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Um grupo de brasileiros se juntou à tradicional marcha do Dia do Trabalhador organizada pela CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses), em Lisboa neste domingo, para denunciar que o golpe à democracia em curso no Brasil ameaça principalmente os direitos e as conquistas dos trabalhadores.

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Identificados pela bandeira brasileira, cartazes e uma faixa onde se lia “golpe nunca mais”, o grupo conquistou a simpatia dos portugueses no percurso da marcha, na avenida Almirante Reis.

Ao explicar a quem assistia a tradicional manifestação o motivo de sua presença no ato, os brasileiros entregavam um texto intitulado “Não ao golpe no Brasil” contextualizando a situação. “A FIESP (Federação das Indústrias de São Paulo), que financiou a campanha a favor deste golpe diz que ‘não paga o pato’ – mas o que ela pretende é que sejam os trabalhadores brasileiros a ‘pagarem o pato’ da crise econômica mundial, que também atinge o Brasil”, diz o panfleto.

“Em Portugal ou no Brasil, sempre em defesa dos valores de abril”, gritavam os manifestantes brasileiros, acompanhados por alguns portugueses, em referência ao 25 de abril, data da Revolução dos Cravos que pôs fim à ditadura de Marcelo Caetano em Portugal. O vice-presidente brasileiro Michel Temer foi chamado de golpista em cartazes e gritos de guerra: “Temer, golpista, não passará”, foi outro grito ouvido.

A mobilização começou antes da marcha. No Largo do Intendente, perto dali, os brasileiros se concentraram junto ao evento PrecFest, uma feira realizada anualmente para denunciar o trabalho precário em Portugal. No local, o cantor brasileiro Fery Nery cantou clássicos da MPB e Bianca Ribeiro declamou poesias sociais.

© Foto / Lucas RohanBrasileiros manifestam em Lisboa em 1 de maio de 2016.
Brasileiros manifestam em Lisboa em 1 de maio de 2016 - Sputnik Brasil
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Brasileiros manifestam em Lisboa em 1 de maio de 2016.
© Foto / Lucas RohanUma manifestante vestindo camisa do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra mostra cartaz dizendo "A tua piscina tá cheia de ratos" em um ato com participação brasileira em 1 de maio de 2016 em Lisboa. No fundo da foto, umas pessoas mostram outro cartaz com as palavras "Se não tens oportunidades, cria-as".
Uma manifestante vestindo camisa do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra mostra cartaz dizendo A tua piscina tá cheia de ratos em um ato com participação brasileira em 1 de maio de 2016 em Lisboa. No fundo da foto, umas pessoas mostram outro cartaz com as palavras Se não tens oportunidades, cria-as - Sputnik Brasil
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Uma manifestante vestindo camisa do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra mostra cartaz dizendo "A tua piscina tá cheia de ratos" em um ato com participação brasileira em 1 de maio de 2016 em Lisboa. No fundo da foto, umas pessoas mostram outro cartaz com as palavras "Se não tens oportunidades, cria-as".
© Foto / Lucas RohanManifestantes mostram bandeira brasileira sobre fundo de cartaz dizendo "Golpe nunca mais" em um ato de 1 de maio de 2016 em Lisboa.
Manifestantes mostram bandeira brasileira sobre fundo de cartaz dizendo Golpe nunca mais em um ato de 1 de maio de 2016 em Lisboa - Sputnik Brasil
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Manifestantes mostram bandeira brasileira sobre fundo de cartaz dizendo "Golpe nunca mais" em um ato de 1 de maio de 2016 em Lisboa.
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Brasileiros manifestam em Lisboa em 1 de maio de 2016.
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Uma manifestante vestindo camisa do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra mostra cartaz dizendo "A tua piscina tá cheia de ratos" em um ato com participação brasileira em 1 de maio de 2016 em Lisboa. No fundo da foto, umas pessoas mostram outro cartaz com as palavras "Se não tens oportunidades, cria-as".
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Manifestantes mostram bandeira brasileira sobre fundo de cartaz dizendo "Golpe nunca mais" em um ato de 1 de maio de 2016 em Lisboa.
Entre os manifestantes, um casal chamava a atenção. Ele pela imensa bandeira da Palestina que carregava e ela, Cladine Chouya, francesa – mas que reluta ao ser questionada sobre sua nacionalidade — pela camiseta do Movimento dos Sem Terra e um pequeno cartaz com uma charge e um pedaço da letra de Cazuza: “Tua piscina está cheia de ratos”. Um terceiro cartaz, pendurado na mochila, defendia a Palestina. Falando em um português solto conquistado após um período no Brasil, ela diz que “todas as causas são únicas e importantes”. “Me juntei [à manifestação] porque faz parte da minha história”, justifica.

As manifestações de brasileiros denunciando um golpe no Brasil tornaram-se frequentes na capital portuguesa. Essa foi a sexta. Os protestos foram organizados pelas redes sociais e juntaram pessoas simpáticas às mesmas causas. Alguns deles se uniram e criaram o Coletivo Andorinha. Igor d’Angelis, estudante de doutorado, é um dos braços desse coletivo. Ele conta que o grupo continuará organizado independente do que acontecer para defender a democracia brasileira.

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Nos dias importantes para a política nacional, como em 17 de abril, quando a Câmara dos Deputados votou a abertura do processo de impeachment, o Coletivo Organiza reuniões abertas para acompanhar. Nesse dia, entre poesias, discursos e conversas, eles se reuniram em um espaço de uma organização local. No próximo dia 11, quando ocorrer a votação no Senado, haverá nova reunião.

Igor e os colegas do coletivo comemoram a receptividade dos movimentos sociais locais. No dia 25 de abril, eles marcharam junto com a Casa do Brasil na manifestação realizada na Avenida da Liberdade. Dessa fez, foram convidados pelos organizadores da PrecFest para se juntar a eles.

A professora brasileira Gabriela Antunes, que mora e trabalha em Portugal, soube que também havia gente disposta a contestar o impeachment após uma busca na internet. “Eu estava me sentindo isolada”, diz Gabriela, ao lembrar que há algumas semanas só sabia da realização de manifestação pró-impeachment em Lisboa. Ela teve acesso a uma entrevista de um dos integrantes do coletivo e entrou em contato pelas redes sociais. Resultou que neste 1º de maio, ela segurava a bandeira brasileira à frente da faixa “golpe nunca mais” na marcha. “Eu sentia mais a solidariedade dos meus amigos estrangeiros”, lembra Gabriela, enquanto segue caminhando com a bandeira brasileira.​


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