Ao descrever o momento político que o país atravessa, Dilma ressaltou em seu artigo na “Folha de S. Paulo” que, mesmo injustamente questionada pela tentativa de impeachment, não alimenta mágoas nem rancores. E afirmou que o Governo vai fazer de 2016 um ano de diálogo com todos os que desejam construir uma realidade melhor.
“A postura da presidente nesse primeiro momento do ano é necessária para uma melhor comunicação com a sociedade, porque no ano passado ela teve uma grande dificuldade de comunicar-se, não só com a sociedade, mas na negociação dentro das esferas do poder, dentro do próprio Governo, do Legislativo”, analisa o cientista político. “Inclusive, ela já indicou que vai retomar o famoso Conselhão do Lula, para tentar juntar os Ministérios, a sociedade civil e o setor empresarial, a fim de buscar soluções um pouco mais consensuais em relação a possíveis saídas para a crise em que o país se encontra hoje e que é tanto uma crise política quanto econômica.”
Sobre as medidas em estudo pelo Governo para tirar o país da crise, entre as quais a reforma política e a da Previdência, o Professor Leonardo Paz Neves acredita que a expansão do diálogo pode fazer com que o Governo se beneficie e consiga aprovar as propostas, não só aquelas duas mas também as reformas fiscal e trabalhista.
“Em qualquer democracia tem que haver o diálogo com os diversos setores. A falta de diálogo nós já vimos que não deu certo. Dilma nunca pareceu ser uma pessoa muito talentosa no diálogo, e por isso assistimos a episódios muito difíceis no Congresso, quando ela não conseguia conversar muito bem com os diversos setores.”Já em relação às afirmações do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, que disse em sua conta no Twitter que o Governo vai conseguir enterrar o processo de impeachment em andamento na Câmara, o cientista político do Ibmec e do Cebri diz concordar com esse pensamento.
“O Governo tem conseguido dar conta dessa questão no Congresso, porque, primeiramente, o STF ‘comprou’ um pouco o discurso do Governo e conseguiu reorganizar o rito do impeachment, enfraquecendo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e fortalecendo a situação da Presidenta Dilma. Da maneira que a gente olha hoje para o cenário da distribuição do poder, penso que tende a enfraquecer Eduardo Cunha e fortalecer o Governo. Então o processo de impeachment parece mesmo que não andará muito, como está confiante o Ministro Jaques Wagner. A probabilidade de haver impeachment tem decrescido.”
Ao pressionar o botão "Publicar", você concorda expressamente com o processamento de dados da sua conta no Facebook para permitir que você comente notícias no nosso site usando essa conta. Você pode consultar a descrição detalhada do processo de processamento na Política de Privacidade.
Você pode cancelar seu consentimento removendo todos os comentários publicados.
Todos os comentários
Mostrar comentários novos (0)
em resposta a(Mostrar comentárioEsconder comentário)