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Especialista em análise de riscos diz que Brasil não deve se preocupar com nota da S&P

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A nota BBB- (ou Triplo B negativa) atribuída ao Brasil na terça-feira, 28, pela agência de classificação de riscos Standard & Poor's não deve preocupar o país. Esta é a opinião de Patrick Behr, especialista em avaliação de riscos, expressa em entrevista exclusiva para a Sputnik Brasil.

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Professor da Escola de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, o economista Patrick Behr comentou: “O Brasil não tem com que se preocupar. Se a Standard & Poor's conferiu BBB- ao Brasil, o país ainda conta com avaliações positivas de duas outras também importantes agências de classificação de créditos, Moody’s e Fitch Ratings. Estas duas agências mantêm o grau de investimentos para o Brasil.”

“As preocupações só deverão ocorrer se o país merecer, pelo menos, duas avaliações negativas”, afirma o especialista da FGV-RJ. “As notas destas agências sinalizam se um país conserva a sua capacidade de pagamentos e se as aplicações de recursos dos investidores estão tendo sucesso. Se esta avaliação é positiva, o grau de investimento do país é mantido. Mas se a avaliação for negativa, o país é visto com preocupações.”

O Professor Patrick Behr também analisou a interpretação dada pelo Governo à nota BBB- conferida pela Standard & Poor's, de que ela deva provocar no Congresso Nacional a aprovação das medidas consideradas necessárias ao ajuste fiscal:

“Eu concordo com esta interpretação [do Governo]. Se o Brasil não conseguiu cumprir metas e um ajuste fiscal se faz necessário, nada mais indicado do que o Congresso compreender a necessidade do Governo de manter o país em condições de assegurar o grau de investimento. Perder esta condição é muito ruim para qualquer país. E o Brasil, que conserva o grau de investimento, não tem razões para perdê-lo. Por enquanto, o Brasil como país não foi rebaixado pela Standard & Poor's. O que a agência baixou foi a perspectiva do Brasil.”

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Agências de classificação de risco de crédito são empresas que qualificam produtos financeiros ou ativos de empresas, governos e países, levando em conta o grau de risco de suas dívidas não serem pagas nos prazos definidos. Quando a análise leva em conta empréstimos concedidos a países ou Bancos Centrais, ela é atribuída ao chamado “risco soberano”. Quando a análise se refere a empresas (públicas e privadas), ela é chamada de “risco país”. 

As agências costumam atribuir letras – A, B, C e D – a estas análises. Segundo o Professor Patrick Behr, cada uma das três grandes agências internacionais (Standard & Poor's, Fitch Ratings e Moody’s) têm critérios próprios para a aplicação destas letras e a forma como são aplicadas. Para a S&P e a Fitch Ratings, a melhor classificação é AAA, e a pior, D. Para a Moody’s, a pior classificação é C. Para as três agências, notas como BBB- ou Baa3 mantêm os países em análise na condição de "grau de investimento". Já os países com notas inferiores recebem a classificação de "grau de especulação".

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