Putin na cúpula da OTSC: é importante não permitir infiltração do islamismo radical do Afeganistão

© Sputnik / Yevgeny PaulinPresidente russo Vladimir Putin durante cúpula da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, 23 de agosto de 2021
Presidente russo Vladimir Putin durante cúpula da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, 23 de agosto de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 23.08.2021
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Presidente da Rússia, Vladimir Putin, considera importante não permitir a infiltração do islamismo radical do Afeganistão no território dos países da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC) e recrutamento para os grupos militantes, disse o porta-voz presidencial.

A cúpula da OTSC sobre a situação atual no Afeganistão aconteceu hoje, segunda-feira (23), em formato de videoconferência, moderada pelo presidente de Tajiquistão, Emomali Rahmon.

"Foi sublinhado que é importante não permitir a infiltração do islamismo radical nos territórios dos países-membros da Organização do Tratado de Segurança Coletiva e coibir o recrutamento de cidadãos de nossos países para os extremistas, inclusive através das redes sociais e Internet. O problema do tráfico de drogas afegão continua sendo extremamente grave, portanto a OTSC terá que monitorar muito de perto como as coisas vão evoluir a este respeito", declarou o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov.

"Em seu discurso, o presidente Putin, como os outros chefes de Estado e governos, expressou sua profunda preocupação com a situação no Afeganistão, com as ameaças potenciais provenientes do Afeganistão", adicionou.

Porém, os líderes da organização entendem a necessidade de coordenar os esforços da ONU, do Conselho da Segurança da ONU e do G20 no que diz respeito à crise afegã, declarou Peskov.

"Em geral, há um entendimento – é isso que acentuou em seu discurso o presidente [Vladimir] Putin – sobre a necessidade de coordenar as abordagens, inclusive no âmbito da Organização das Nações Unidas, do Conselho da Segurança e do G20", conforme suas palavras.

Por sua vez, o presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, disse que na decisão das questões ligadas à situação na República Islâmica é preciso envolver o potencial da Organização para a Cooperação de Xangai (OCX), e sugeriu organizar uma reunião conjunta da OCX e da Organização do Tratado de Segurança Coletiva sobre o assunto.

"Praticamente todos os membros da OCX estão centrados no Afeganistão. E seus interesses globais estão lá. Pelo menos a China e a Rússia, a Índia, o Paquistão... A interação entre a OTSC e a OCX deve ser fortalecida, usando as cúpulas das duas organizações [...]. Se os membros da Organização para a Cooperação de Xangai quiserem ir na linha do assunto discutido hoje [23], tudo bem. Se não quiserem, vamos indicar e propor nossa posição e eles depois que decidam. Penso que aqui podemos fazer progressos importantes", cita suas palavras agência de notícias estatal belarussa Belta.

Secretário-geral da organização acredita que Afeganistão pode enfrentar prolongada guerra civil

Há preocupações de que os focos de resistência aos talibãs possam levar a uma prolongada guerra civil, disse por sua parte o secretário-geral da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, Stanislav Zas.

"A retirada rápida e despreparada das tropas dos EUA e dos aliados da coalizão do Afeganistão, a degradação iminente da situação afegã aumenta as ameaças [...] na região da Ásia Central à paz e estabilidade internacionais, em uma perspectiva de longo prazo isso não pode ser excluído", disse ele durante o briefing.

"Há receios de que os focos de resistência aos talibãs que surgiram possam levar a uma prolongada guerra civil com consequências difíceis de prever para a segurança não apenas do Afeganistão, mas também da grande região vizinha."

A Organização está pronta para cooperar com a OTAN relativamente ao Afeganistão, mas a mesma prontidão não foi expressa do lado da Aliança Atlântica, conforme ele.

A situação no Afeganistão se agravou nas últimas duas semanas, com o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) lançando ofensivas contra as grandes cidades do país. Em 15 de agosto, foi relatado que os rebeldes passaram a controlar todos os postos fronteiriços. No mesmo dia, os combatentes talibãs declararam ter entrado em Cabul e tomado controle sobre o palácio presidencial. O presidente afegão Ashraf Ghani renunciou e deixou o país dizendo que quis evitar "um massacre" em Cabul. Na noite de 16 de agosto, o representante oficial do Talibã anunciou o fim da guerra no Afeganistão.

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