China acusa EUA e Japão de fomentarem divisão no Indo-Pacífico buscando criar frente unida

© AP Photo / Andrew HarnikO presidente dos EUA, Joe Biden, acompanhado pelo primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, sai do Salão Oval para falar em uma entrevista coletiva no Rose Garden da Casa Branca, em 16 de abril de 2021, em Washington
O presidente dos EUA, Joe Biden, acompanhado pelo primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, sai do Salão Oval para falar em uma entrevista coletiva no Rose Garden da Casa Branca, em 16 de abril de 2021, em Washington - Sputnik Brasil, 1920, 17.04.2021
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O presidente dos EUA, Joe Biden, e o premiê japonês, Yoshihide Suga, anunciaram que eles vão "enfrentar os desafios da China" na região do Indo-Pacífico, o que levou a China a acusar os dois países de fomentarem divisão.

O anúncio foi emitido pelo governo norte-americano com base nos resultados da reunião entre os líderes dos dois países, que ocorrereu nesta sexta-feira (16).

"Comprometemo-nos a trabalhar juntos para enfrentar os desafios da China e em questões como o mar da China Oriental e o mar do Sul da China, bem como [os assuntos sobre] a Coreia do Norte para assegurar um futuro do Indo-Pacífico livre e aberto", ressaltou o presidente norte-americano.

A declaração acentua que o presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, defendem a paz e estabilidade no estreito de Taiwan. "Nós ressaltamos a importância da paz e estabilidade em todo o estreito de Taiwan, apelamos a uma regulação pacífica dos conflitos no estreito", diz o documento.

Os líderes dos dois países expressaram sua séria preocupação em relação à situação dos direitos humanos em Hong Kong e na região autônoma de Xinjiang na China.

Adicionalmente, Biden e Suga expressaram sua posição contra "quaisquer ações unilaterais para a mudança do status quo no mar da China Oriental". Segundo a opinião dos líderes, a situação no mar do Sul da China deve ser regulada conforme o direito internacional, enquanto a liberdade de navegação deve ser garantida pela convenção da ONU existente.

© REUTERS / TOM BRENNERO primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, dá entrevista coletiva conjunta com o presidente dos EUA, Joe Biden, no Rose Garden da Casa Branca em Washington, EUA, em 16 de abril de 2021
China acusa EUA e Japão de fomentarem divisão no Indo-Pacífico buscando criar frente unida - Sputnik Brasil, 1920, 17.04.2021
O primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, dá entrevista coletiva conjunta com o presidente dos EUA, Joe Biden, no Rose Garden da Casa Branca em Washington, EUA, em 16 de abril de 2021

Além disso, os políticos confirmaram que o Artigo 5 do Tratado de Cooperação Mútua e Segurança entre dois países abrange também as ilhas Senkaku, reivindicadas pela China.

Reação oficial da China

Em resposta às declarações dos dois líderes, a embaixada chinesa emitiu um comunicado expressando "forte preocupação e firme oposição" e prometeu que a China defenderia resolutamente sua soberania e segurança nacional.

"As questões relativas a Taiwan, Hong Kong e Xinjiang são exclusivamente um assunto interno da China, enquanto as questões dos mares do Sul da China e da China Oriental afetam a soberania territorial, bem como os legítimos direitos marítimos e os interesses da China. Todas estas questões afetam interesses fundamentais chineses e não permitem qualquer interferência", diz o comunicado diplomático.

"Os referidos comentários dos EUA e do Japão saíram completamente fora dos limites do desenvolvimento normal das relações bilaterais e prejudicam interesses de terceiras partes, bem como a compreensão mútua e confiança entre os países na região e também a paz e estabilidade na região do Indo-Pacífico", ressalta.

O Tratado de Cooperação Mútua e Segurança de 1960 é a base legislativa da aliança entre o Japão e os EUA, prevendo, em particular, o uso por Washington de armas de destruição em massa.

Segundo cálculos da agência Kyodo News, esta menção direta de Taiwan em uma declaração conjunta dos líderes dos dois países acontece pela primeira vez em 52 anos. Na última vez tal formulação foi utilizada no documento emitido no final das negociações entre o premiê japonês Eisaku Sato e o presidente norte-americano Richard Nixon em 1969.

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