Segundo o porta-voz Myo Nyunt, que conversou com a Reuters por telefone, Aung San Suu Kyi - ganhadora do prêmio Nobel da Paz em 1991 e conselheira de Estado de Mianmar - e o presidente do país, Win Myint, foram "levados" junto com outras lideranças políticas nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira (1º).
"Quero dizer a nossa gente que não responda de forma precipitada e quero que atuem conforme a lei", afirmou o porta-voz, que acrescentou que também esperava ser preso pelas autoridades militares do país asiático.
As prisões acontecem após dias de aumento das tensões entre o governo civil, que é comandado pelo partido Liga Nacional pela Democracia (LND), liderado por Aung San Suu Kyi, e o Exército do país, o que provocou temores de um golpe de Estado após uma eleição que os militares tacharam de fraudulenta.
Segundo a Reuters, as linhas telefônicas da capital do país, Naypyidaw, não estavam disponíveis na madrugada desta segunda-feira (1º). Além disso, a emissora de televisão estatal MRTV escreveu em uma publicação no Facebook que não estava conseguindo transmitir o seu sinal devido a problemas técnicos.
Posteriormente, Sean Turnell, um acadêmico australiano que assessora Suu Kyi, confirmou em entrevista ao Financial Times que o país estava sofrendo interrupções abruptas nas comunicações de telefone e Internet. Por sua vez, a organização não governamental NetBlocks, que monitora "apagões" na rede mundial de computadores, disse que houve diversas interrupções no serviço nas primeiras horas desta segunda-feira (1º) em Mianmar.

Um legislador da LND citado pela Reuters, que pediu o anonimato por medo de sofrer retaliação, disse que entre os detidos também estava Han Thar Myint, integrante do comitê executivo central do partido.
Nas eleições ocorridas em novembro, a LND venceu por grande maioria o partido vinculado aos militares.
No sábado (30), o Exército de Mianmar disse que protegeria e cumpriria a Constituição, e que agiria de acordo com a lei, depois que a possibilidade de um golpe de Estado foi ventilada no país ao longo da última semana.
A Comissão Eleitoral de Mianmar, por sua vez, rejeitou as alegações dos militares de que teria ocorrido fraude nas eleições, ao assinalar que não houve problemas suficientes para afetar a credibilidade da votação.
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