As autoridades chinesas detiveram a jornalista Haze Fan, funcionária do escritório da empresa de mídia Bloomberg News em Pequim, por suspeita de colocar em risco a segurança nacional, informou a Bloomberg News na sexta-feira (11). A China confirmou a detenção.
Fan, que é uma cidadã chinesa, foi vista pela última vez sendo retirada de seu apartamento na capital por agentes de segurança à paisana depois de falar com um de seus editores por volta das 11h30 da manhã de segunda-feira (7), informou a Bloomberg.
Depois que Fan desapareceu, a empresa entrou em contato tanto com o governo chinês quanto com a embaixada chinesa em Washington tentando descobrir para onde ela havia sido levada.
A Bloomberg LP, que controla a Bloomberg News, recebeu na quinta-feira (10) a confirmação das autoridades chinesas de que Fan estava detida sob suspeita de colocar em risco a segurança nacional.
"A cidadã chinesa Haze Fan foi detida pelo Escritório de Segurança Nacional de Pequim de acordo com a lei chinesa sobre suspeita de envolvimento em atividades criminosas que ponham em risco a segurança nacional", disseram as autoridades chinesas, segundo a Bloomberg. "O caso está atualmente sob investigação. Os direitos legítimos da senhora Fan foram plenamente assegurados e sua família foi notificada".
Fan cobre assuntos envolvendo negócios chineses para a Bloomberg e começou a trabalhar na empresa em 2017. Ela trabalhou anteriormente para a Al Jazeera, CBS News, CNBC, e Thomson Reuters.
"Estamos muito preocupados com ela e temos falado ativamente com as autoridades chinesas para entender melhor a situação", disse um representante da Bloomberg. "Continuamos a fazer tudo o que podemos para apoiá-la enquanto buscamos mais informações".
A detenção de Fan vem em meio a tensões entre as organizações da mídia ocidental e a China, assim como entre a Casa Branca e a mídia chinesa.
Os Estados Unidos e a China têm imposto sanções a jornalistas reciprocamente. Washington rotula as organizações de mídia chinesas como entidades governamentais e o governo Trump, em maio, apertou os vistos para os repórteres chineses, limitando o tempo que eles poderiam permanecer no país a 90 dias.
Em fevereiro, a China expulsou três repórteres do diário The Wall Street Journal depois que ele publicou um artigo intitulado "China é o verdadeiro doente da Ásia". Pequim rotulou o texto como racista e deu aos repórteres cinco dias para deixarem o país.
Um mês depois, a China disse que estava expulsando pelo menos 13 jornalistas norte-americanos de três grandes organizações de mídia: The New York Times, The Journal e The Washington Post.
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