China fala em 'consequências' e ameaça Reino Unido após medida sobre extradição em Hong Kong

© REUTERS / Lam YikMembros pró-Pequim protestam em frente ao Consulado Britânico em Hong Kong, com cartazes com ofensas ao premiê Boris Johnson
Membros pró-Pequim protestam em frente ao Consulado Britânico em Hong Kong, com cartazes com ofensas ao premiê Boris Johnson - Sputnik Brasil
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A China alertou nesta terça-feira (21) sobre "consequências" depois que o Reino Unido suspendeu seu tratado de extradição com Hong Kong em protesto contra uma nova e controversa lei de segurança no território.

A decisão de Londres ameaçou colocar os laços sino-britânicos sob pressão, dias depois que o Reino Unido prometeu remover todos os equipamentos 5G da chinesa Huawei de suas redes, e os políticos britânicos criticam a China por seu tratamento a grupos minoritários étnicos.

Uma declaração no site da Embaixada da China no Reino Unido criticou a suspensão do tratado e afirmou que, além de violar o direito internacional, a iniciativa põe "o lado britânico ainda mais longe no caminho errado".

"A China insta o lado britânico a parar imediatamente de interferir nos assuntos de Hong Kong, que são assuntos internos da China", afirmou o comunicado. "O Reino Unido suportará as consequências se insistir em seguir o caminho errado".

A suspensão do tratado de extradição do Reino Unido ocorre após uma ação semelhante contra a China pelos Estados Unidos, Canadá e Austrália.

Reino Unido tem razão em sua nova medida?

O secretário de Relações Exteriores do país, Dominic Raab, confirmou a medida amplamente esperada no Parlamento na segunda-feira (20), apesar das repetidas advertências chinesas de que o Reino Unido estava cometendo um grave erro de política externa e arriscava represálias.

"O governo decidiu suspender o tratado de extradição imediata e indefinidamente", disse ele, acrescentando que a lei de segurança - que permite que alguns casos sejam julgados na China continental - prejudica as principais suposições britânicas sobre o tratado de extradição.
© REUTERS / Tyrone SiuBandeira de Hong Kong é hasteada ao lado de um par de câmeras de segurança do governo da China
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Bandeira de Hong Kong é hasteada ao lado de um par de câmeras de segurança do governo da China

Raab revelou ainda que o embargo à exportação de armas e munições para a China, em vigor desde 1989, se estenderá a partir de agora a venda de equipamentos militares ou policiais para a ex-colônia britânica.

Este mês, o Reino Unido ofereceu o caminho para a cidadania de até três milhões de residentes de Hong Kong em resposta à polêmica lei.

A nova lei de segurança nacional de Hong Kong, promulgada em Pequim no final de junho passado, penaliza atos de subversão, terrorismo, secessão, conspiração com influência estrangeira e outros que ameaçam a segurança do território.

Detratores dessa lei em Hong Kong e no Ocidente atribuem isso ao desejo de Pequim de reforçar o controle sobre a região autônoma.

Segundo eles, os novos regulamentos são contrários à Declaração Conjunta Sino-Britânica de 1984. O documento, que entrou em vigor no ano seguinte, estabeleceu que Hong Kong, depois de retornar em 1997 sob a soberania de Pequim, manteria por 50 anos um amplo grau de autonomia como região administrativa especial na China, de acordo com o princípio "um país, dois sistemas".

A China rejeita qualquer crítica à nova lei de segurança e sustenta que as questões relacionadas a Hong Kong são apenas da sua conta.

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