O líder norte-coreano enviou uma "mensagem de condolências para o povo sul-coreano que está lutando contra COVID-19", informou o secretário de imprensa da presidência da Coreia do Sul, Yoon Do-han, nesta quinta-feira (5).
Kim Jong-un teria escrito estar confiante de que a Coreia do Sul irá "prevalecer nessa luta sem pestanejar" e ofereceu sua "amizade incondicional e confiança".
Kim também teria enviado "pensamentos sinceros e posições" em relação à questão das duas Coreias na carta enviada na quarta-feira (4), afirmou Do-han a repórteres.
A carta foi o mais recente sinal de que Kim pode estar preparado para debater questões geopolíticas com Washington e Seul, após ter se dedicado a prevenir a ocorrência de casos de coronavírus na Coreia do Norte, reportou a Bloomberg.
O gesto foi feito alguns dias após Pyongyang conduzir teste de dois mísseis balísticos de curto alcance, desenvolvidos para combater os sistemas de defesa antimísseis dos EUA e da Coreia do Sul. O teste foi o primeiro realizado pela Coreia do Norte desde novembro de 2019.
Nesta quarta-feira (4), a irmã do líder norte-coreano, Kim Yo-jong, comparou o gabinete de Moon a um "cachorro amedrontado", em declaração divulgada pela mídia estatal norte-coreana. Yo-jong classificou as críticas da Coreia do Sul ao teste de mísseis norte-coreanos como "tão lamentável e decepcionante" e "perfeitamente tolo".
De acordo com o diretor do Centro de Estudos Norte-Coreanos do Instituto Sejong, Cheong Seong-chang, Kim pode estar interessado em receber ajuda econômica da Coreia do Sul para combater o coronavírus.
"A carta de Kim está claramente voltada para preparar terreno para uma reconciliação, que culmine em conversas sobre cooperação futura nas áreas de saúde pública e turismo", ponderou Cheong.
Para o especialista, a Coreia do Norte poderá apostar na atração de turistas sul-coreanos para resolver a sua escassez crônica de dólares "uma vez que o surto de coronavírus seja controlado".
A Coreia do Norte ainda não confirmou nenhum caso de coronavírus em seu território. O país fechou as suas fronteiras, o que pode ter tido impacto na entrada de recursos econômicos financeiros vitais para o país.
A Coreia do Sul, por sua vez, confirmou mais de 6.000 casos de coronavírus, o segundo maior índice depois da China. A grande maioria dos casos na Coreia do Sul foi confirmada nas últimas duas semanas.