Pequim revoga credencial de jornalistas dos EUA por chamar China de 'doente da Ásia'

© AP Photo / Andy WongPorta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, durante briefing, em Pequim (foto de arquivo)
Porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, durante briefing, em Pequim (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Pequim considera manchete de jornal dos EUA racista e revoga credencial de repórteres. Anteriormente, Washington impôs restrições à atividade de veículos de mídia chineses nos EUA.

Nesta quarta-feira (19), a China revogou as credenciais de imprensa de três repórteres do jornal norte-americano The Wall Street Journal, após considerar racista a manchete do editorial da publicação.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, declarou que a manchete "China é o real homem doente da Ásia" é "racialmente discriminatória" e "sensacionalista", e lamentou que o jornal não emitiu um pedido de desculpas.

"Por isso, a China decidiu que, a partir de hoje, as credenciais de imprensa dos três repórteres do The Wall Street Journal em Pequim foram revogadas", comunicou Geng em briefing.

O editorial, publicado no dia 3 de fevereiro, foi escrito pelo professor da Universidade Bard, Walter Russell Mead, e criticava duramente os esforços do governo chinês para conter o coronavírus. O texto classificava o governo de Wuhan como "dissimulado" e "egoísta".

© Kathy WillensPoliciais fazem a segurança da sede da empresa News Corporation, pertencente ao magnata Rupert Murdoch, dona do Wall Street Journal, em Nova York
Pequim revoga credencial de jornalistas dos EUA por chamar China de 'doente da Ásia' - Sputnik Brasil
Policiais fazem a segurança da sede da empresa News Corporation, pertencente ao magnata Rupert Murdoch, dona do Wall Street Journal, em Nova York

Para Geng, o editorial "calunia os esforços da China e do povo chinês para lutar contra a epidemia".

EUA restringem mídia chinesa

Anteriormente, na terça-feira (18), Washington informou que irá restringir a atividade de meios de comunicação chineses operando nos EUA.

Os veículos serão obrigados a se registrar como agências a serviço de agentes estrangeiros, e por isso deverão fornecer informações sobre seus funcionários e propriedades ao Departamento de Estado dos EUA.

Os veículos afetados são a agência de notícias chinesa Xinhua, o canal China Global Television Network, a rádio China International e o jornal China Daily, reportou a Reuters.

"Esse pessoal é, na verdade, instrumento do aparato de propaganda do Partido Comunista chinês", disse um funcionário do Departamento de Estado dos EUA à Reuters.

Nesta quarta-feira (19), a China reagiu à decisão norte-americana, classificando-a como "inaceitável".

"Os EUA se gabam de sua liberdade de imprensa. Mas isso é ingerência no bom funcionamento das mídias chinesas nos EUA e um entrave ao seu trabalho. [Essa medida] é ilógica e inaceitável", disse Geng durante o briefing. "Nós nos reservaremos o direito de responder."

O chefe de redação do The Wall Street Journal em Pequim, Josh Chin, e o repórter Chao Deng, ambos cidadãos norte-americanos, assim como o repórter Philip Wen, de cidadania australiana, têm até cinco dias para deixar o território chinês, informou o jornal norte-americano.

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