Navio à deriva virou 'melhor cruzeiro do mundo', apesar das suspeitas de coronavírus

© REUTERS / Soe Zeya TunPassageiros no navio de cruzeiro MS Westerdam, que teve seu direito de ancoragem negado em diversos países, chega no Camboja, em 14 de fevereiro de 2020
Passageiros no navio de cruzeiro MS Westerdam, que teve seu direito de ancoragem negado em diversos países, chega no Camboja, em 14 de fevereiro de 2020  - Sputnik Brasil
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Após duas semanas sendo rejeitados pelos mais diversos portos, passageiros do navio de cruzeiro MS Westerdam comemoram a "aventura" e relatam ter tido uma experiência "encantadora".

O navio de cruzeiro MS Westerdam, com 1.544 passageiros e 802 tripulantes a bordo, deveria ter encerrado sua viagem em Xangai, na China, no dia 8 de fevereiro. Mas, temendo a proliferação do coronavírus, as autoridades do Japão, Taiwan, Guam, Filipinas e Tailândia, negaram ao navio a autorização de atracar em seus portos.

"Todo mundo fala 'coitados de vocês'. Mas aqui não tinha nenhum coitado. Tínhamos Internet e vinho de graça. Tínhamos refeições com três pratos. Tinha tanta variedade", disse a enfermeira britânica aposentada Zahra Jennings.

O navio foi rejeitado em diversos países por ter feito uma parada no porto de Hong Kong, onde um outro navio se encontrava em quarentena.

© REUTERS / Matthew TostevinPassageiros desembarcam do navio MS Westerdam, no porto cambojano de Sihanoukville, em 15 de fevereiro de 2020
Navio à deriva virou 'melhor cruzeiro do mundo', apesar das suspeitas de coronavírus - Sputnik Brasil
Passageiros desembarcam do navio MS Westerdam, no porto cambojano de Sihanoukville, em 15 de fevereiro de 2020

Mas a única reclamação dos passageiros foi que "acabou o bolinho de batata e o molho de tomate", disse o neozelandês Robert Sayers. "Mas foi só isso. Estava tudo bem, de verdade", garantiu.

Presente de Dia de São Valentim

Nesta sexta-feira (14), data na qual alguns países comemoram o Dia dos Namorados, o governo do Camboja aceitou receber o navio de cruzeiro. Nenhum passageiro apresentou testes positivos para o coronavírus.

Recebidos com apertos de mão pelo líder cambojano, Hun Sen, os passageiros receberam de graça vistos para ingressar no país.

"A doença que enfrentamos é o medo e a discriminação", disse Hun Sen. "Se o Camboja não deixasse este navio atracar, para aonde iriam estas 2.000 pessoas?", questionou.

A empresa responsável pelo cruzeiro, a Holland America, enviou cartas aos passageiros, garantindo que os gastos com o cruzeiro seriam reembolsados. Além disso, a empresa concedeu convites para mais um cruzeiro de 14 dias de graça, além de voos fretados para que os seus clientes voltem para casa.

"Esse foi o melhor cruzeiro da minha vida", disse o engenheiro aeroespacial canadense aposentado Pierre Ashby."Normalmente quando você compra um bilhete para um cruzeiro, você sabe exatamente como vai ser. Este foi uma aventura", disse.

Na cidade cambojana de Sihanoukville, onde os passageiros foram convidados a tomar um banho de mar, a temperatura estava próxima dos 27 graus e o dia ensolarado, reportou a Reuters.

A esposa de Ashby, vestindo um biquíni amarelo, descalça na areia, apontou para o mar e propôs: "Não se apresse."

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